Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL)? Entre o atual presidente da República e o ex-presidente, quem será o maior cabo eleitoral na disputa às prefeituras? Qual deles pode ser mais decisivo para candidatos a prefeito nas eleições 2024?
A última rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (13), mostra que, se a votação fosse hoje, Lula tem mais condições de, com seu apoio, transferir votos para uma candidatura. O levantamento ouviu 2.045 eleitores, de 2 a 6 de maio, em 120 municípios de todas as regiões do Brasil.
Conforme a pesquisa, 33% dos eleitores preferem votar num candidato “aliado a Lula”, enquanto 22% têm preferência por um nome “aliado a Bolsonaro”. Já 37% dizem preferir uma candidatura “independente”, sem vínculo com Bolsonaro ou Lula.
A força eleitoral de Lula é maior no Nordeste, onde 51% dos eleitores dizem poder votar em um candidato que ele apoia. Se a chancela for de Bolsonaro, porém, apenas 11% dos nordestinos se inclinariam a votar no candidato.
Nas demais regiões, há empate técnico entre o potencial de migração de votos, com ligeira vantagem numérica para Lula no Centro-Oeste (26% a 25%) e para Bolsonaro no Sul (31% a 28%) e no Sudeste (27% a 25%). A polarização pode dar a tônica sobretudo nas capitais e grandes cidades, mais sensíveis à pauta nacional.
Outros recortes mostram que candidatos “aliados de Lula” têm mais simpatia das mulheres (36%) do que dos homens (29%). No caso de nomes “aliados de Bolsonaro”, a tendência se inverte: há mais homens propensos a votar em bolsonaristas (27%) do que mulheres (19%), diz o Vermelho.
Outro trunfo dos candidatos de Lula é entre eleitores que recebem até dois salários mínimos: 43% desse segmento preferem um candidato apoiado pelo presidente, ao passo que somente 14% podem votar em um político devido à associação com Bolsonaro.
É razoável supor que a tendência, daqui até a eleição, seja a de fortalecimento do capital político-eleitoral de Lula, à medida que os avanços de seu governo se consolidarem e forem mais sentidos pela população. Bolsonaro, em contrapartida, pode desidratar como cabo eleitoral, especialmente se novas denúncias e condenações aparecerem às vésperas do pleito.