Governo do RS levou meses e milhões para projeto climático; UFRGS o faz em dias

Governo do RS levou meses e milhões para projeto climático; UFRGS o faz em dias

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Governo de Eduardo Leite levou mais de 7 meses e R$ 2 milhões para projeto que, se lançado a tempo, poderia minimizar tragédia

Um grande repositório de dados geográficas para o enfrentamento da maior catástrofe ambiental do Rio Grande do Sul foi lançado nesta sexta (10) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Partindo de forma independente dos pesquisadores, um outro projeto milionário do governo estadual de Eduardo Leite (PSDB), com empenho de recursos internacionais e da população gaúcha, deveria estava previsto para ser lançado antes da tragédia e poderia ter auxiliado na prevenção do atual cenário.

No caso dos pesquisadores da UFRGS, trata-se do primeiro repositório de informações geográficas com níveis de água, mapeamento das áreas afetadas pelas inundações e informações críticas para a tomada de decisões com a maior catástrofe ambiental do Rio Grande do Sul.

Se hoje, a iniciativa dos pesquisadores irá auxiliar na tomada de medidas para a recuperação do Rio Grande do Sul, um projeto anterior, se posto em prática pelo governo estadual a tempo, poderia ter ajudado a prevenir a tragédia.

Trata-se do chamado “Roadmap Climático”, uma das medidas do plano estadual apresentado pelo governador, em 2023, após enchentes já terem gerado estragos no Vale do Taquari. Intitulado “Plano Estratégias para Ações Climáticas ProClima 2050”, o documento previa uma série de atividades para o acompanhamento climático.

Mas tinha como objetivo principal, diretamente, não a prevenção de novas catástrofes, mas a redução de emissões de gases de efeito estufa, para posicionar o Rio Grande do Sul como um dos players mundiais na seleta lista de cidades em desenvolvimento em atuação ambiental.

Ainda em março deste ano, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do estado apresentou a plataforma no South Summit Brazil 2024. O projeto foi um dos contemplados no Conselho Consultivo do Future Fund, junto à Under2, e obteve o equivalente a R$ 125 mil de financiamento internacional.

Outros R$ 2 milhões foram colocados, diretamente, pelo governo de Eduardo Leite para o projeto.

Tratava-se do monitoramento da situação geográfica e climática dos 497 municípios gaúchos. Até abril deste ano, a pasta do Meio Ambiente, contudo, não havia conseguido coletar dos municípios os dados necessários para o pronto lançamento.

Reportagem da Um Só Planeta, do Globo, de abril, mostrava que as cidades estava em coleta de informações, tentando entender e se planejar para o projeto que havia se iniciado quase 7 meses antes.

O governo de Leite havia criado comissões municipais para levar adiante a coleta das informações. Mas a primeira reunião, onde se esperava alinhar e recém capacitar os representantes municipais no projeto, ocorreria somente em maio, e, devido à tragédia, não ocorreu.

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