Dois presos foram acusados de envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de prisão nesta quinta-feira (9/5) contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, que é assessor de Domingos Brazão, e do policial militar Ronald Alves de Paula, conhecido como Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os dois são acusados de envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Calixto da Fonseca foi preso pela Polícia Federal do Rio, enquanto Ronald cumpre pena em presídio federal. As prisões foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
No documento de denúncia dos três suspeitos que estão presos desde o fim de março, por supostamente mandarem matar Marielle Franco — os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa —, foram incluídos os outros dois nomes. Peixe, denunciado por organização criminosa, e Ronald, por participação no homicídio da vereadora, segundo o Metrópoles.
Após a investigação da PF, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo duplo assassinato.
No documento entregue no fim da tarde dessa terça-feira (7/5) ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a PGR denuncia os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e por integrarem uma organização criminosa. O delegado foi denunciado como mandante também do homicídio.
Denúncia da PGR
A PGR entendeu que, pelos intermediários que participaram do crime e pelas circunstâncias, mais a narrativa do colaborador, o matador confesso Ronie Lessa se encontrou com os irmãos Brazão. O órgão afirma, ainda, que o ex-PM recebeu dos irmãos a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.
A denúncia do órgão considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones, triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas. Conforme o órgão, o contexto da execução da vereadora estaria 100% inserido na obsessão da exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia e de interesse dos irmãos Brazão.