O presidente Lula recebeu nesta sexta-feira (3), o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, no Palácio do Planalto. O encontro teve como resultado a assinatura de memorandos nas áreas de agricultura, cibersegurança e inovação.
Kishida está acompanhado de uma comitiva de empresários para firmar no Brasil 36 acordos com empresas brasileiras.
“Esses memorandos se tornarão dispositivos de estímulos para elevar as relações bilaterais de Brasil e Japão a outro nível”, disse Fumiu Kishida.
Lula aproveitou a ocasião para pedir que o Japão participe do mercado de carne bovina nacional, ao indicar que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o leve para conhecer uma churrascaria. O pedido do presidente não é à toa, uma vez que o Japão importa 70% da carne bovina consumida no país, sendo que 80% é proveniente da Austrália e dos Estados Unidos.
A indicação de churrascaria tem como base a visita do primeiro-ministro a São Paulo, acompanhado por Alckmin, que participa do Fórum Empresarial Brasil-Japão. O encontro no sábado (5) reúne lideranças empresariais dos dois países com a ApexBrasil e da Agência Japonesa de Comércio Internacional (Jetro).
Na sua fala, Lula ainda pediu que as relações entre os países se aprofundem como forma de retomar um patamar antigo da balança comercial, que já chegou a US$ 18 bilhões, mas decaiu ao longo dos últimos anos.
“Já tivemos um fluxo da balança comercial de quase US$ 18 bilhões e hoje caiu para US$ 11 bilhões. É pouco para um país que é a terceira economia do mundo”, explicou Lula.
Segundo o governo, em 2023 o Japão foi o segundo parceiro comercial do Brasil na Ásia e o nono no mundo, com intercâmbio comercial de US$ 11,7 bilhões e superávit brasileiro de US$ 1,491 bilhão.
Durante o ato foi destacado por Lula que o Brasil abriga a maior população nipodescendente fora do Japão, em cerca de 2 milhões de pessoas, enquanto o país asiático abriga a quinta maior comunidade brasileira fora de seu território, com 211 mil pessoas.
Além disso, o presidente brasileiro não deixou de reforçar o compromisso com os habitantes do Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas que elevou o nível dos rios e alagou diversas cidades. Assim, reafirmou o compromisso de garantir recursos para o estado. “O governo federal não deixará faltar nenhum apoio para que a gente possa recuperar os estragos que essas chuvas estão causando”, colocou Lula.
Memorandos
No encontro em Brasília foram assinados memorandos entre Lula e Kishida. Um dos acordos foi celebrado com os ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, a Embrapa e a Agência de Cooperação Internacional do Japão. Nele consta a cooperação para conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis de produção agropecuária e florestal.
Outro acordo trata de segurança cibernética e foi assinado entre o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão para intercâmbio de boas práticas, desenvolvimento e implementação de estratégias no espaço cibernético.
Ainda foi formalizado entre a Apex Brasil e a Organização para o Comércio Exterior do Japão entendimento para promoção de parcerias e investimentos em áreas de inovação.
Também foi firmado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil e o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão acordo para elevar a cooperação industrial entre os dois países com incentivo à transferência de tecnologia e promoção de pesquisas nas áreas de descarbonização e transição energética, economia circular, economia digital, cadeia de valor global, mobilidade verde e bioeconomia.
Veja como foi:
*Com informações Agência Brasil e Agência Gov