A Defesa Civil da Faixa de Gaza divulgou neste domingo (21/04) que pelo menos 50 corpos de palestinos mortos pelas forças israelenses foram exumados no sábado (20/04) de um hospital na cidade de Khan Yunis, no sul do país. As escavações estão em andamento e o número de corpos pode aumentar.
“Encontramos valas comuns cavadas pelos ocupantes israelenses no Complexo Médico Nasser. Começamos as escavações e ficamos chocados ao descobrir 50 ‘mártires’ em uma das valas ontem (sábado)”, disse Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, à AFP.
“As escavações continuam hoje (domingo) e há mais corpos, mas estamos esperando o fim” das operações “para estabelecer claramente o número de corpos encontrados”, continuou.
Alguns dos corpos encontrados “estavam sem roupas, o que certamente indica que foram presos, torturados e submetidos a maus-tratos pelo exército de ocupação israelense”, contou ele.
Em uma declaração separada, o movimento palestino Hamas descreveu como um “crime horrível” a descoberta dos corpos de “mais de 50 mártires de todas as idades” nesse poço, alegando que eles haviam sido “executados a sangue-frio e enterrados por escavadeiras militares no pátio” do Complexo Médico Nasser, segundo o Opera Mundi.
O Exército israelense se restringiu a responder que havia verificado essas alegações.
Os hospitais da Faixa de Gaza foram severamente atacados durante a operação militar realizada pelo Exército israelense no território palestino desde a ofensiva perpetrada em Israel em 7 de outubro por combatentes do Hamas de Gaza. Em resposta ao ataque de 7 de outubro, Israel lançou uma grande operação militar contra a Faixa de Gaza para eliminar o Hamas.
O ataque do movimento palestino matou 1.170 pessoas, principalmente civis, de acordo com uma contagem realizada pela AFP com base em dados oficiais israelenses. Cerca de 250 pessoas também foram feitas reféns em Gaza e 129 ainda estão lá, 34 das quais são consideradas mortas pelo Exército israelense.
As operações militares israelenses na Faixa de Gaza nos últimos seis meses causaram 34.097 mortes, a maioria delas de mulheres e crianças, segundo o balanço mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza.