O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira (10/04) que está considerando a possibilidade de permitir o regresso do jornalista e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ao seu país natal, a Austrália.
A declaração aconteceu durante uma coletiva de imprensa realizada em meio à visita oficial do premiê japonês Fumio Kishida.
A hipótese surgiu de uma solicitação oficial do governo australiano enviada à Casa Branca em fevereiro, mas que ainda não obteve resposta. No documento, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anexou uma moção do Parlamento do seu país pedindo pelo retorno de Assange.
Na coletiva, ao lado de Kishida, Biden foi perguntado sobre a solicitação australiana, e disse estar “considerando” aceitar o retorno de Assange ao seu país natal.
Campanha para impedir a extradição de Assange aos EUA mobiliza grupos e ativistas em quase todo o mundo
Atualmente, Assenge se encontra preso em Londres e aguarda uma autorização judicial que sua extradição aos Estados Unidos seja colocada em prática.
No país norte-americano, o jornalista terá de enfrentar um julgamento por denúncias de “violação da segurança nacional”, em função do vazamento, através do WikiLeaks, de informações classificadas do Pentágono e das agências de inteligência, que revelaram diversos crimes de guerra cometidos pelos militares do país nas invasões ao Iraque e ao Afeganistão, durante os Anos 2000.
A possível extradição de Assange aos Estados Unidos também exerce uma pressão sobre Washington, já que o país é acusado de defender um discurso ambíguo com relação à liberdade de expressão ao defender uma punição severa ao jornalista australiano por revelar informações de interesse público.
Vale lembrar que as denúncias que o ativista deverá enfrentar caso seja enviados aos Estados Unidos podem render pena de prisão perpétua.