Gaza vive rastro de devastação em conflito de estragos inestimáveis

Gaza vive rastro de devastação em conflito de estragos inestimáveis

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A economista Aya Jaafar, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), descreve a situação em Gaza como de “destruição quase completa”

Seis meses após a escalada de violência de Israel contra os palestinos, Gaza enfrenta um cenário desolador de destruição e desespero. Desde o início dos seguidos ataques, em outubro passado, do Exército israelense, o governo sionista matou mais de 33 mil pessoas na região, deixando um rastro de devastação, fome, morte e desespero.

Enquanto a comunidade internacional debate os custos e estratégias para a reconstrução, as Nações Unidas e parceiros consideram prematuro estabelecer um valor definitivo para o processo, dada a continuidade da destruição. O Banco Mundial estima que serão necessários aproximadamente US$ 18,5 bilhões para cobrir os danos até o final de janeiro deste ano, mas esse montante ainda não contempla toda a extensão dos estragos.

Números do genocídio
Os números são assustadores. Aproximadamente 1 milhão de palestinos estão desabrigados, cerca de 90% das instalações de saúde danificadas. Muitas escolas foram destruídas ou transformadas em abrigos improvisados para os desabrigados. Estas instalações, além de civis, são alvos prioritários de Israel.

A economia de Gaza está em ruínas. A economista Aya Jaafar, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), descreve a situação como uma “destruição quase completa da atividade econômica em todos os setores”. Os ataques implicam em mais de 200 mil empregos destruídos, o equivalente a 90% da força de trabalho anterior ao conflito. As perdas diárias de renda chegam a US$ 4,1 milhões, representando uma queda impressionante de 80% no Produto Interno Bruto, diz Rede Brasil Atual.

A indústria de construção, outrora uma das mais importantes da região, também está destruída. De acordo com estudos, há registro de uma queda de cerca de 96% na atividade. Outros setores vitais, como agricultura, manufatura e serviços, também estão comprometidos.

Colapso total de Gaza
Com o colapso da cadeia de abastecimento e a destruição de quase metade das terras agrícolas, Gaza enfrenta uma crise humanitária iminente. O acesso aos alimentos é cada vez mais difícil, com relatos alarmantes de desnutrição e fome, especialmente no norte da região.

O especialista da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), AbdelHakim El Waer, alerta para a gravidade da situação, afirmando que uma parte significativa da população está à beira da fome.

Além dos desafios econômicos e humanitários, Gaza enfrenta uma longa jornada rumo à reconstrução. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), serão necessários investimentos massivos, totalizando dezenas de bilhões de dólares e décadas de esforços coordenados da comunidade internacional.

Caminho incerto
O caminho à frente é árduo e incerto. A desativação das bombas não detonadas e o levantamento do bloqueio israelense, em vigor há 18 anos, são apenas alguns dos obstáculos que devem ser superados. A reconstrução não se limita apenas à infraestrutura física, mas também à reconstrução do tecido social e econômico da região.

Diante de um futuro incerto, a comunidade internacional deve permanecer comprometida em fornecer assistência humanitária e apoio à reconstrução de Gaza, g

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