O caso com Angelo Guido, de 70 anos, aconteceu em agosto de 2023, em Eldorado (SP), cidade na qual o Bolsonaro foi criado
O irmão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Angelo Guido Bolsonaro, de 70 anos, tornou-se réu neste mês após ter sido denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por homofobia e ameaça contra um funcionário de supermercado no interior de São Paulo.
Angelo reconheceu o entrevero em depoimento à Polícia Civil, mas negou ter utilizado expressões discriminatórias. Ele disse ao Painel, da Folha de S. Paulo, que se trata de um problema pessoal e não quis comentar.
O caso aconteceu em agosto de 2023, em Eldorado (SP), cidade na qual o ex-presidente foi criado. Alex de Oliveira, que na época tinha 17 anos, disse em depoimento à polícia que deu um tapinha no ombro de uma colega de trabalho.
Angelo então teria dito a ela: “Ele bateu em você? Além de usar brinco, com certeza é viadinho e não dá pra falar nada que qualquer coisa já é racismo”. A funcionária confirmou à polícia que ouviu o comentário do cliente.
Semanas depois, ainda segundo Alex, Angelo teria empurrado um carrinho contra ele e dito “puta que pariu”. O funcionário teria respondido e o irmão do ex-presidente retrucado, chamando-o de “arrombado” e dizendo que se quisesse, poderiam “resolver lá fora” e “sair no soco”.
Em novembro, Angelo prestou depoimento e disse que teve uma discussão no local por motivo de mau atendimento, mas que não houve preconceito em suas falas.
Em janeiro de 2024, o Ministério Público apresentou denúncia contra Angelo pelas ofensas homofóbicas e por ameaça, tendo descartado acusação de injúria racial.
Três funcionárias do supermercado foram ouvidas. Duas confirmaram o entrevero e uma delas especificou a frase preconceituosa que teria sido proferida por Angelo.