Milhares de pessoas protestaram em Budapeste, perto do Parlamento da Hungria, na terça (26), exigindo a renúncia do primeiro-ministro Viktor Orbán, depois que um ex-membro do governo acusou um assessor sênior do premiê de tentar interferir em um caso de corrupção.
O protesto ocorre depois que um ex-aliado publicou áudios de conversas entre os conselheiros mais próximos de Orbán, sugerindo modificações em acusações na Justiça e no Ministério Público. As suspeitas apontam para uma suposta tentativa do governo de interferir na Justiça.
Foi na Embaixada da Hungria, em Brasília, que Bolsonaro ficou hospedado em fevereiro — após ser alvo de operação da PF. Orbán é considerado referência pelos bolsonaristas, pela forma pela qual passou a controlar o Judiciário, Parlamento, imprensa e o cerco à sociedade civil.
Ainda no poder, Bolsonaro chamou o húngaro de seu “irmão” e, apesar do papel insignificante da Hungria no cenário internacional, Brasília colocou Budapeste na rota de ministros do antigo governo brasileiro.
A polêmica é só mais uma de várias que têm abalado o controle do líder de extrema-direta no país da Europa Central. Anteriormente, houve uma debandada de ministros do governo após Orbán conceder perdão a um homem preso por encobrir abusos sexuais cometidos contra criança de um orfanato estatal.
Líder do partido conservador Fidesz, Órban está no poder desde 2010 e seu governo é considerado autocrático. Em 2022, recebeu Bolsonaro na Hungria.