O relatório da Polícia Federal revela uma lacuna crucial na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Nele, não são apresentadas evidências concretas que corroborem os relatos do assassino Ronnie Lessa sobre seus encontros com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados pelo delator premiado de serem os mandantes do crime, conforme aponta reportagem da Folha de S. Paulo. A ausência de provas sólidas sobre esses encontros lança dúvidas sobre a veracidade das declarações do ex-policial militar, que é vizinho de Jair Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra.
Embora o relatório da PF aponte indícios que possam sugerir a origem do veículo utilizado no assassinato, assim como um possível local de descarte das munições, ainda há lacunas significativas em relação aos relatos de Lessa. Por exemplo, não foram encontrados registros que comprovem os encontros mencionados por Lessa no segundo semestre de 2017 com os irmãos Brazão, presos como mandantes do assassinato. Essas falhas comprometem a construção de uma narrativa consistente sobre o caso.
A investigação também não apresenta provas concretas do envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa na preparação do crime, apesar de algumas suspeitas levantadas. De acordo com os investigadores, as tentativas de conectar Rivaldo à família Brazão esbarram em obstáculos, deixando perguntas sem resposta sobre a possível participação do ex-chefe de Polícia Civil no caso.
A lei que rege as delações premiadas destaca a importância das provas de corroboração para sustentar acusações graves como as feitas por Lessa. No entanto, a falta dessas evidências coloca em xeque a credibilidade dos depoimentos e a solidez da investigação. Com isso, o caso continua envolto em mistério, sem respostas conclusivas sobre os responsáveis pelo assassinato brutal de Marielle e Anderson. Em suma, o relatório da PF expõe fragilidades da investigação, especialmente no que diz respeito aos relatos de Ronnie Lessa, que é o executor do crime