O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, promoveu nesta segunda-feira (25) um encontro com parlamentares mulheres e ministras no Palácio da Alvorada, em Brasília. Esta foi a primeira reunião do presidente com a base feminina no Congresso Nacional, marcando um momento importante para o diálogo e a aproximação entre o Executivo e as representantes do Legislativo e do governo.
O evento teve como objetivo discutir temas fundamentais para a agenda feminina, incluindo o empoderamento das mulheres na política, a promoção da igualdade de gênero e a estratégia para as eleições municipais deste ano. Lula indicou ser preciso fortalecer candidaturas femininas às prefeituras e câmaras municipais. Além disso, o avanço nas investigações sobre o caso da ex-vereadora Marielle Franco foi mencionado em alguns momentos, especialmente por sua ligação com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A reunião contou com a presença de cerca de 30 congressistas, incluindo senadoras e deputadas, além das ministras do governo. O happy hour foi organizado pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, com o objetivo de promover um ambiente fraterno e descontraído para o diálogo entre o presidente e as parlamentares.
Durante o encontro, foram discutidos diversos temas, desde a representatividade feminina no Congresso Nacional até estratégias para ampliar a participação das mulheres na política e na administração pública. O presidente Lula enfatizou a importância do empoderamento feminino e da luta pela paridade de gênero em todos os espaços de poder, diz o Vermelho.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a necessidade de fortalecer a presença feminina na política e na sociedade, ressaltando a importância da luta por salários iguais e pela promoção de políticas públicas voltadas para as mulheres. A senadora Eliziane Gama também enfatizou a importância da comunicação com a sociedade brasileira em relação à pauta de gênero.
“Outro debate que entendo ser muito salutar foi exatamente na área da comunicação. Como se comunicar mais com a sociedade brasileira em relação à pauta de gênero no Brasil. Nós temos uma maioria da população brasileira que é de mulheres e, portanto, que possamos conversar com elas para que a política pública chegue lá na ponta”, afirmou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
O encontro representou um marco na busca por uma maior representatividade feminina no governo e nas principais instituições do país. Após críticas sobre a baixa presença de mulheres no alto escalão, o presidente Lula e a primeira-dama Janja organizaram o evento para ouvir as demandas e contribuições das parlamentares para a agenda feminina.
Diante dos desafios e críticas relacionadas à representatividade feminina no governo e na política brasileira, o encontro no Palácio da Alvorada demonstrou o compromisso do presidente Lula em promover a igualdade de gênero e fortalecer a participação das mulheres na construção de um país mais justo e igualitário. A reunião também evidenciou a importância do diálogo e da colaboração entre o Executivo e o Legislativo para enfrentar os desafios e promover mudanças significativas na sociedade brasileira.
Ao final do encontro, em entrevista, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, comentou as conversas durante o encontro. “Foi um convite feito pela primeira-dama. Um papo fraterno, amigo”, disse a jornalistas a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na porta do Palácio da Alvorada depois do compromisso. Segundo ela, o caso Marielle Franco foi mencionado nas conversas, mas não discutido sistematicamente. “Eu disse que a Marielle foi a primeira vítima fatal da violência política de gênero”, declarou a ministra.
Cida ainda expressou sua indignação com a decisão da Justiça da Espanha de conceder liberdade provisória ao jogador Daniel Alves, condenado por estupro. O atleta foi solto nesta segunda-feira (25) após pagar uma fiança de 1 milhão de euros — equivalente a R$ 5 milhões.
“R$ 5 milhões compra a liberdade de um estuprador. Ele foi julgado e condenado por estupro”, disse Gonçalves. (…) Segundo, é o corpo, a palavra mulher que está sendo, mais uma vez, violada, mais uma vez sofrendo as consequências disso. Eu acho que foi um equívoco. Não posso julgar o que aconteceu na Espanha, mas ele deveria cumprir a sua condenação na prisão”, defendeu.
Além das congressistas, que somaram cerca de 30, também participaram do encontro as ministras Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Marina Silva (Meio Ambiente), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Esther Dweck (Gestão), Margareth Menezes (Cultura), Simone Tebet (Planejamento) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas). A ministra da Saúde, Nísia Trindade, está no Rio de Janeiro e não participou.