O governo de Israel declarou que não aprovará mais nenhum comboio de assistência humanitária administrado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) e destinado ao norte da Faixa de Gaza, informou o comissário-geral do órgão, Phelippe Lazzarini, neste domingo (24/03), em rede social.
“É ultrajante [e] torna intencional obstruir a assistência para salvar vidas em meio a uma fome provocada pelo homem. Estas restrições devem ser suspensas”, repudiou o representante.
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Segundo o comissário-geral da agência, a medida israelense poderá causar ainda mais mortes por fome e desidratação.
Na semana anterior, a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), um órgão que avalia a gravidade da insegurança alimentar em nível global, estimou que a fome, especialmente no norte do enclave, poderá se prolongar até o mês de julho.
Ainda de acordo com o IPC, 70% do total de 1.1 milhão de palestinos abrigados naquela região já estão sofrendo o estágio mais grave de escassez de alimentos. Trata-se de uma taxa superior do que o triplo do limite de 20% para ser considerado como situação de fome.
Suspensão de financiamento dos EUA
Lazzarini também criticou a decisão norte-americana de cortar os repasses para a agência da ONU. Na sexta-feira (22/03), a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei de financiamento no valor de US$ 1.2 trilhão que proíbe o repasse à UNRWA até março de 2025.
O comissário-geral do órgão expressou que tal medida terá sérias implicações para os palestinos em Gaza.
“Em Gaza, a comunidade humanitária está correndo contra o relógio para evitar a fome. Como espinha dorsal da resposta humanitária, qualquer lacuna no financiamento à UNRWA comprometerá o acesso a alimentos, abrigo, cuidados de saúde primários e educação em um momento de trauma profundo”, escreveu Lazzarini na plataforma X.
*Opera Mundi