Ministro atribuiu a informação sobre o sumiço dos itens, localizados em “diversas dependências” do palácio, a um relatório do governo anterior
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, declarou que “vários” dos 261 móveis do Palácio da Alvorada que foram encontrados estavam danificados e em mau estado. Ele atribuiu a informação sobre o sumiço dos itens, localizados em “diversas dependências” do palácio, a um relatório do governo anterior, presidido por Jair Bolsonaro.
Pimenta informou a jornalistas nesta quinta-feira, 21, que durante o processo de transição, foi elaborado um inventário de todos os itens que compõem o patrimônio do Alvorada. Esse documento, segundo ele, é um relatório elaborado pelo governo Bolsonaro, entregue em 4 de janeiro de 2023, e é ele que indica que 261 itens do patrimônio do Palácio da Alvorada não foram localizados.
O ministro reforçou a informação da Secretaria de Comunicação Social do atual governo de que os móveis foram encontrados ao longo do último ano em várias áreas da residência. As buscas pelos itens foram concluídas em setembro do ano passado.
“Nós não tínhamos nenhum tipo de controle (…) ao longo do ano conseguimos localizar esses itens. Vários desses itens, na verdade, eram peças danificadas, móveis muito deteriorados, que estavam espalhados pelos depósitos”, comentou Pimenta.
Na primeira semana da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja abriu as portas do palácio e evidenciou problemas como infiltrações, janelas quebradas e sinais de má conservação do patrimônio presidencial. Entre as questões identificadas pela nova administração, também estava o desaparecimento de algumas peças do mobiliário. Na ocasião, Lula insinuou que os itens poderiam ter sido removidos por Bolsonaro.
“Se fosse um cidadão comum, não teria sido capaz de entregar uma casa à imobiliária”, observou Pimenta sobre o ex-presidente.
Ele também rebateu a acusação de Bolsonaro, que afirmou nas redes na quarta-feira que “Lula incorreu em falsa comunicação de furto”:
— O Bolsonaro, que levou as joias do patrimônio da União, que vendeu nos Estados Unidos os presentes do povo brasileiro, não tem nenhuma credibilidade, nenhuma moral para emitir opinião sobre esse assunto.
Onde estavam os móveis encontrados no Alvorada?
A informação de que as 261 peças foram encontradas nas “dependências diversas” do palácio foi revelada pela Folha e confirmada pelo Globo. No início de 2023, a Presidência já havia localizado 83 móveis. Em janeiro daquele ano, o presidente Lula, durante um café da manhã com jornalistas, sugeriu que as peças teriam sido levadas por Bolsonaro.
Quanto foi gasto com móveis no Alvorada?
Por conta da ausência de alguns itens e o mau estado de conservação de outros, a Presidência afirmou que novos móveis teriam de ser adquiridos e gastou, no ano passado, R$ 196.770 com seis peças de móveis para a decoração da suíte presidencial do Palácio da Alvorada. Parte das compras — uma cama, dois sofás e duas poltronas — foram feitas em uma loja de decoração em Brasília, com um colchão “king size” sendo adquirido em outra loja.