Após marcha por Amsterdã, holandeses protestaram conte a presença, na cerimônia, do presidente israelense Isaac Herzog.
Na Holanda, o novo museu do Holocausto abre esta segunda-feira (11/03) ao público, após sua inauguração no domingo (10/03) ser abalada por várias manifestações pró-Palestina que denunciavam a presença do presidente israelense, Isaac Herzog, no evento. Cerca de 200 mesquitas no país pediram ao rei que não recebesse o chefe de Estado israelense. A extrema direita holandesa participou amplamente da polêmica.
Durante o discurso do rei Willem-Alexander na televisão, os holandeses puderam ouvir os gritos de centenas de pessoas do lado de fora da sinagoga portuguesa, próxima ao museu, onde se realizou o discurso de inauguração.
Os manifestantes pró-Palestina chegaram ao museu no final de uma longa marcha pelo centro de Amsterdã, com bandeiras palestinas e se manifestaram durante quase seis horas contra a presença de Isaac Herzog na inauguração.
Sarah, 22 anos, veio propositalmente de Haia, a uma hora de Amsterdã, para manifestar. “Ainda há um genocídio em curso neste momento na Palestina, em Gaza. Então, como pode alguém que defende o genocídio abrir um museu do Holocausto? Isso é o cúmulo da hipocrisia”, diz.
Pró-palestinos acusados de antissemitismo pela extrema direita
Poucas horas antes, alguns manifestantes vaiaram pessoas que saíam da sinagoga. Vários incidentes violentos ocorreram e a polícia prendeu cerca de 10 pessoas.
As manifestações de domingo causaram muita repercussão na Holanda, em particular porque a extrema direita anti-Islã holandesa, a grande vencedora nas eleições legislativas de novembro, diz ser pró-Israel e acusa os pró-palestinos de antissemitismo.
O deputado de extrema direita Geert Wilders, que tenta formar um governo de direita, centro e extrema direita tendo ele próprio como primeiro-ministro, chamou os manifestantes de escória e defende sua expulsão dos Países Baixos.
Aumento do antissemitismo
Uniformes listrados de Auschwitz, botões de roupas arrancados na chegada ao campo de extermínio de Sobibor, cartas e fotos: o museu, localizado no histórico bairro judeu do centro de Amsterdã exibe 2.500 objetos.