Após CPI tirar foco de ONGs e mirar padre Julio, vereadores e integrantes da Igreja denunciam manobra da extrema direita.
Movimentos sociais, vereadores do campo progressista e integrantes da Igreja Católica lotaram na noite desta segunda-feira (11) no Auditório Prestes Maia, da Câmara de São Paulo, em um ato de apoio “incondicional” ao padre Júlio Lancellotti.
Os participantes denunciaram o que chamaram de “perseguição” da extrema direita ao religioso, que é alvo de uma proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de iniciativa do vereador Rubinho Nunes (União), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL).
“Não é o padre Júlio quem está sendo acusado, mas sim toda a igreja que defende os pobres. Atacar o padre Júlio Lancellotti é atacar os movimentos populares”, afirmou Gilmar Mauro, da coordenação nacional do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Representando a paróquia de São Miguel Arcanjo, à qual pertence padre Júlio, o padre Tarcísio Marques Mesquita diz que os integrantes da comunidade na zona leste de São Paulo (SP) estão preocupados com a saúde do religioso. “Nós enquanto comunidade não aceitamos essa situação, que é injusta e hipócrita”, pontuou.
Os participantes da audiência na Câmara consideram a CPI uma manobra política para esconder a desigualdade social de São Paulo (SP), cidade mais rica do Brasil, mas com metade da população de rua do país.
“São Paulo é uma cidade que odeia pobre. Que tenta a todo custo expulsar as pessoas pobres das regiões centrais e tentar escondê-las nas periferias. E o padre Júlio não deixa essa verdade ser escondida, por isso ele é atacado”, afirmou a vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL).
*BdF