Mais de 100 pessoas foram mortas enquanto esperavam por comida no território palestino.
Pelo menos 115 pessoas morreram e outras 760 ficaram feridas depois que as forças israelenses abriram fogo enquanto civis palestinos esperavam por comida na quinta-feira, de acordo com o Dr. Ashraf al-Qidra, porta-voz do ministério da saúde palestino em Gaza, controlado pelo Hamas.
É uma das tragédias mais mortíferas em Gaza desde que a guerra de Israel contra os militantes do grupo começou, em 7 de outubro.
Há agora cada vez mais pedidos para uma investigação independente sobre o caso. As Nações Unidas afirmaram que é necessária uma investigação independente para estabelecer os fatos, e países como a França e a Alemanha apoiaram esse pedido.
O que aconteceu
Um comboio de pelo menos 18 caminhões chegou ao norte de Gaza na manhã de quinta-feira (29), enviado por vários países da região. Civis palestinos se reuniram em torno dos veículos de ajuda recém-chegados na esperança de conseguir comida, e as forças israelenses logo começaram a atirar, disseram testemunhas. Os caminhões de ajuda tentaram sair da área, atropelando acidentalmente outros e causando mais mortes e feridos, disseram testemunhas à CNN.
Os militares israelenses fizeram um relato diferente das circunstâncias. Em uma atualização na quinta-feira, eles disseram que os tanques israelenses dispararam tiros de advertência para dispersar a multidão em torno do comboio de ajuda, depois de verem que as pessoas estavam sendo pisoteadas.
Pedidos de investigação
Na sexta-feira (1), a Casa Branca disse que os EUA pediram a Israel que investigasse a tragédia. A Alemanha também exigiu a Israel uma “investigação exaustiva” sobre as mortes.
A França disse que apoiaria o pedido das Nações Unidas para uma investigação independente. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros classificou os acontecimentos em Gaza como “indefensáveis”.
O que o caso pode significar para a guerra
As mortes acontecem em um momento crítico para o conflito, colocando em risco as negociações entre Israel e o Hamas sobre um acordo para um cessar-fogo temporário e a permissão da entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O membro sênior do Hamas, Izzat Al-Risheq, alertou que a morte de pessoas que buscavam ajuda em caminhões em Gaza poderia levar ao fracasso das negociações em andamento.
Autoridades dos EUA disseram na sexta-feira que não há indicações de que as discussões tenham sido significativamente prejudicadas – mas muito depende de uma resposta esperada do Hamas ao que foi discutido em Paris e Doha na semana passada entre os outros países envolvidos: Catar, Egito, Israel e os Estados Unidos.