Operação da PF derruba tese de militares legalistas. Omissos e covardes, não deram voz de prisão a golpistas nem denunciaram trama contra democracia. Investigação de hoje [ontem] aproxima ainda mais Bolsonaro da cadeia. Democracia não pode tolerar quem deseja destruí-la.
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Volta a circular na praça a tese de que o golpe de Bolsonaro não se consumou devido à recusa de parte da cúpula das Forças Armadas. É mentira.
Convidados e pressionados a dar um golpe, os “legalistas” do Alto Comando do Exército não deram voz de prisão aos golpistas nem denunciaram a tramoia. Ficaram na moita. Aguardando exatamente o quê?
Na verdade, traíram a Constituição naquele momento, dando tempo para que Bolsonaro e seus fascistas civis e militares tentassem consumar o golpe.
Ao mesmo tempo, protegeram e toleraram acampamentos golpistas até 08/01/22, apesar do resultado cristalino do segundo turno em 30/10/22.
Que o Brasil não se engane. O golpismo continua vivo nas Forças Armadas.
Lula erra ao bancar a estratégia acomodatícia de Múcio. No momento, tentam vender como um “avanço” a ordem do comandante do Exército, Tomás Paiva, para que o golpe de 64 não seja celebrado nos quartéis. Ora, celebrar um golpe contra a democracia seria crime.
Nos 60 anos do golpe de 64, o governo Lula deveria cobrar uma autocrítica e um pedido de desculpas dos militares. A operação da PF de hoje aproxima Bolsonaro e seus golpistas da cadeia. As provas estão sendo fortalecidas para mandar todos eles para o xadrez. Isso é ótimo.
A democracia não pode tolerar quem ameaça destruí-la. O Genocida tem de ir para a cadeia para que nunca mais um presidente, usando todos os instrumentos do seu cargo, trame contra a democracia. Por último, nada de passada de pano para os militares.
O golpe não aconteceu porque não havia condições objetivas.
O Brasil de 2022 não aceitaria. Tampouco havia apoio internacional, como em 64.
Logo, a vitória da democracia não foi uma concessão de supostos legalistas, pois estes se comportaram com covardia e omissão.
*Kennedy Alencar é jornalista dedicado principalmente aos assuntos políticos e econômicos. Tem 30 anos de profissão, com passagens pela Folha de S.Paulo, SBT e CBN. Atualmente, está no UOL e na RedeTV!