Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, comunicou a investidores internacionais que a empresa avançará cautelosamente na transição para a geração de energia renovável.
Durante um evento em Nova York, a Petrobras revelou planos de expandir seus projetos de energia eólica e solar em terra para 5 gigawatts (GW) até 2028.
Prates enfatizou que a empresa não abandonará repentinamente a produção de petróleo, mas se transformará gradualmente, investindo em ativos rentáveis e sinérgicos com suas operações existentes.
“Somos uma empresa de petróleo em transição. Estamos transformando a Petrobras de forma gradual, investindo em novas energias, sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo”, afirmou o executivo da petrolífera.
“Independente dos segmentos nos quais atuaremos, é importante ressaltar que investiremos em ativos rentáveis e em áreas que possuem sinergias com as atividades que a companhia já desenvolve, aproveitando todo o conhecimento técnico que a Petrobras já tem. Não daremos nenhum salto no escuro”, completou.
A empresa planeja investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos, representando o maior plano de investimento de uma empresa brasileira até o momento.
Em relação ao segmento de petróleo, Joelson Mendes, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, destacou que a demanda global por petróleo continuará alta nas próximas décadas.
Projeções da Agência Internacional de Energia sugerem que o Brasil pode suprir cerca de 5% da produção mundial.
Mendes ressaltou que, com a transição energética, haverá uma demanda maior por petróleos com menor impacto de carbono, uma área onde a Petrobras possui vantagem competitiva.
“O segmento de E&P da Petrobras tem boas perspectivas nos próximos anos. A curva de produção total alcançará 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia em 2028. Com a transição energética, o mercado deve priorizar petróleos com menor pegada de carbono. A Petrobras possui um diferencial competitivo, pois seus petróleos estão entre os mais descarbonizados do mundo”, destacou.
Novas tecnologias estão sendo adotadas para melhorar a eficiência e gerar mais valor. O plano inclui a perfuração de mais de 350 poços marítimos, a instalação de mais de 8.000 quilômetros de dutos e a operação de 14 FPSOs, dos quais 10 já estão contratados.
Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, e Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, também apresentaram iniciativas voltadas para pesquisa e desenvolvimento e produtos de baixo carbono.
A Petrobras pretende investir US$ 3,6 bilhões em pesquisa e desenvolvimento até 2028, e já possui iniciativas de mercado para produtos de baixo carbono, como Gasolina Podium carbono neutro, Asfaltos CAP Pro e Diesel R5.
O posicionamento da Petrobras, conforme destacado por Schlosser, é focado tanto em atender a demanda por energia fóssil quanto em oferecer produtos para o mercado de baixo carbono.
*Estadão