O presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) solicitou, nesta segunda (29), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a relação de parlamentares alvos de espionagem ilegal através da Abin paralela no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Pacheco enviou um ofício ao relator do inquérito que investiga o caso na Suprema Corte, ministro Alexandre de Moraes.
“Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa”, declarou Pacheco.
A iniciativa de Pacheco surgiu após a Polícia Federal (PF) deflagrar nova fase da operação Vigilância Aproximada, que cumpriu um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 do ex-presidente.
Segundo investigações da PF, o esquema de espionagem ilegal na agência teria atingido parlamentares federais – incluindo o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia –, ministros do STF, jornalistas, advogados, policiais e outros personagens.
A ação teria sido feita por meio do uso de um software israelense chamado “First Mile”, desenvolvido pela empresa Cognyte (ex-Verint), que permite o monitoramento de até 10 mil celulares em um período de 12 meses.
A PF suspeita que alguns relatórios paralelos tenham sido produzidos por Carlos, justamente para atacar adversários políticos com uma estrutura montada no Palácio do Planalto, sem autorização judicial.
Nesta nova fase, a PF busca identificar os principais destinatários e beneficiários das informações produzida ilegalmente pela Abin por meio de ações clandestinas. Andrei Passos, diretor-geral da Polícia Federal, acredita que ao menos 30 mil pessoas tenham sido espionadas.