O plano define metas e diretrizes até 2033 para os seguintes setores: agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá anunciar nessa segunda-feira (22) um plano de dez anos para impulsionar a indústria brasileira, com foco em seis setores estratégicos e incentivos financeiros e tributários para as empresas nacionais.
O plano, chamado de Nova Indústria Brasil, foi elaborado pelo CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), que reúne 20 ministérios, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e entidades da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores, diz a Folha.
O plano define metas e diretrizes até 2033 para os seguintes setores: agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa.
A ideia é que o governo atue como indutor do desenvolvimento, por meio de linhas de crédito, subvenções, subsídios e exigências de conteúdo local. Esses instrumentos devem beneficiar as empresas nacionais que participarem do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e das compras governamentais.
Também são previstos incentivos para a transformação ecológica da indústria, mas não há detalhes de como isso será feito dentro das regras fiscais.
Metas
O governo prevê em dez anos alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa e 70% das necessidades do país com medicamentos, vacinas e equipamentos de saúde.
O Novo PAC também busca aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50%, quase dobrando a fatia atual, que é de 23%. Para isso, estão previstas ações para ampliar a mecanização nos estabelecimentos de agricultura familiar, que hoje é de apenas 18%.
O projeto a ser anunciado é uma das apostas do governo para se reaproximar dos setores que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como os militares e os ruralistas, após o estremecimento causado pelos atos golpistas de 8 de janeiro.