Cúmplices de genocídio: África do Sul prepara denúncia contra EUA e Reino Unido por apoio a Israel

Cúmplices de genocídio: África do Sul prepara denúncia contra EUA e Reino Unido por apoio a Israel

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Jurista sul-africano que prepara a denúncia afirma que ‘os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelos crimes que estão cometendo’ ao apoiarem genocídio cometido por Israel em Gaza.

A equipe de advogados sul-africanos que está trabalha no caso contra Israel por genocídio em Gaza na Corte Internacional de Justiça (CIJ) anunciou nesta segunda-feira (15/01) que está preparando um novo processo, desta vez contra os Estados Unidos e o Reino Unido, por cumplicidade nos crimes cometidos por Israel contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

A iniciativa é liderada pelo advogado sul-africano Wikus Van Rensburg e conta com colaboração de advogados britânicos e norte-americanos, com os quais busca finalizar os argumentos da peça acusatória que deverá ser apresentada oficialmente à CIJ nos próximos dias.

Em entrevista à agência Anadolu, o jurista afirmou que a África do Sul entende que “os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelos crimes que estão cometendo”.

Perguntado sobre a possibilidade de Washington não acatar uma possível condenação pelo tribunal de Haia, Rensburg fez uma comparação com o caso da Alemanha, que até hoje paga indenizações referentes aos crimes cometidos durante o Holocausto, nos Anos 40 do Século 20. “Alguma sanção (os Estados Unidos) deverão receber”, comentou.

Quem também falou sobre a iniciativa de processar os dois países do Ocidente foi o ministro das Finanças da África do Sul, Enoch Godongwana. “Os países que apoiam Israel dirão que o nosso pedido é um disparate, mas consideramos que existe apoio global para essa denúncia”, justificou

Efetivamente, as primeiras reações em Washington e Londres foram na linha prevista pelo economista sul-africano. O chanceler britânico David Cameron disse que a denúncia de Pretória é “absurda”. Já o porta-voz de Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, considerou o processo “contraproducente e completamente sem fundamento”.

O caso contra Israel
Atualmente, a África do Sul defende na CIJ a denúncia que apresentou em dezembro contra o Estado de Israel, acusado de violar a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, ao perpetrar um massacre contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza que pode ser qualificado como genocídio.

A ofensiva militar israelense em Gaza, iniciada em 7 de outubro passado, já contabiliza mais de 24 mil civis mortos, número que equivale a mais de 1% da população desse território, estimada em cerca de 2,3 milhões de pessoas.

A denúncia sul-africana contra Israel, que já teve suas primeiras audiências na CIJ, conta com o respaldo de dezenas de nações do mundo, incluindo todos os 22 membros da Liga Árabe (entre eles a Palestina). Entre os países da América Latina, a iniciativa é apoiada pelo Brasil, e também por Bolívia, Colômbia, Cuba e Venezuela.

*Opera Mundi

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