Ex-presidente defendeu uma reação robusta do Estado equatoriano diante da onda de violência que atinge o país.
O ex-presidente do Equador Rafael Correa, em uma entrevista ao canal RT, discutiu escalada da violência no país. Correa enfatizou a necessidade de apoio incondicional ao presidente Daniel Noboa, que nesta terça-feira (9) declarou “estado de guerra” contra o narcotráfico após ataques em várias cidades, incluindo a capital, Quito, onde foram registrados tiroteios perto do palácio governamental.
“Devemos apoiar incondicionalmente o presidente Noboa em uma situação como esta”, disse Correa, afirmando que o Estado deve reagir com toda a sua legítima força.
Ele atribuiu a situação atual de violência a sete anos de destruição causada pela direita: “O Equador chega a este ponto de violência após 7 anos de destruição e desaparecimento do Estado de Direito”.
O ex-presidente responsabilizou os governos Lasso e Moreno pelos acontecimentos atuais: “Os governos de Lasso e Moreno são os culpados do que está acontecendo. Não vi um processo de destruição em época de paz como no caso equatoriano”.
Correa também destacou o fortalecimento do crime organizado, salientando que, embora sempre tenha existido, a diferença é que agora se infiltrou nas estruturas das Forças de Segurança.
Ele também mencionou a necessidade de milhares de policiais, que foram transferidos para funções burocráticas, retornarem às ruas.
O presidente Daniel Noboa emitiu um decreto reconhecendo a existência de um conflito armado interno no país sul-americano. Através do Decreto Executivo 111, o líder identifica vários grupos de crime organizado transnacional como “organizações terroristas e atores não estatais beligerantes”. Estes grupos incluem Águias, ÁguiasKiller, AK47, entre outros.
Este documento foi emitido um dia após Noboa declarar estado de exceção e toque de recolher em todo o país, através do Decreto Executivo 110, que foi modificado com o novo texto. Desde a emissão do decreto de estado de exceção, o terror se instalou no Equador, com relatos de sequestros de policiais e ataques a instalações policiais, além da ocupação do canal TC Televisão por pessoas encapuzadas e armadas.