“Restam 22 militares que a CPMI propôs o indiciamento por envolvimento com a tentativa de golpe. Sobre as investigações em torno deles, nada se sabe”, diz Auler.
“A Polícia Federal não é subordinada ao MPF (Ministério Público Federal), e, portanto, define suas próprias estratégias de investigação. O MP (Ministério Público) é titular da ação penal. Na investigação, manda a Polícia”;
O comentário é do diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues, ao rebater críticas à instituição feitas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, em entrevista à Folha de S.Paulo – Trabalhei com provas, diferente da Lava Jato, diz subprocurador que denunciou 1.400 pelo 8/1.
Coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos dentro do MPF – cargo do qual se afastou com a posse de Paulo Gonet na Procuradoria Geral da República (PGR) -, coube ao subprocurador analisar e apresentar denúncias junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A crítica à Polícia Federal surgiu ao ser cobrado sobre a punição dos militares das Forças Armadas que também apoiaram o golpe e ainda não foram denunciados ou sequer indiciados criminalmente. Carlos Frederico praticamente jogou no colo da polícia a responsabilidade por essa situação:
“Nós não participamos diretamente das primeiras medidas relativas aos militares das Forças Armadas. O Ministério Público só foi notificado quando já estava tudo pronto. Como começou essa investigação das Forças Armadas? Juntaram em torno de 80 militares naquele complexo de treinamento da Polícia Federal e ouviram todos juntos. Simultaneamente. Isso traz prejuízo para a investigação”.
*Marcelo Auler/247