Nesta quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma visita à comunidade quilombola na Ilha da Marambaia, situada em Mangaratiba, no Rio. Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula ressaltou a relevância do local para os descendentes dos africanos escravizados no Brasil e enfatizou a importância de resgatar essa história para o país.
Durante a visita, o presidente conversou com os moradores e testemunhou as ruínas de uma senzala, reforçando a necessidade de lembrar os períodos sombrios da história brasileira, especialmente a exploração e o sofrimento enfrentados pelas pessoas negras e indígenas. “Não devemos esquecer o que já aconteceu no nosso país”, disse o presidente.
Lula também se dispôs a dialogar com os moradores para discutir melhorias para a comunidade, reconhecendo a importância de compreender e atender às necessidades locais. Ele ressaltou a relevância de conhecer a história do local, afirmando: “Isso aqui é a marca triste de um momento histórico do Brasil. Esse é um período que a gente não pode esquecer nunca, porque é do não esquecimento que a gente vai construindo a história do Brasil do jeito que ela é”.
Além disso, o presidente demonstrou interesse em avaliar as condições atuais da comunidade quilombola e discutir possíveis ações para promover avanços significativos. Ele enfatizou a importância de aproveitar o momento histórico no Brasil para recuperar não apenas a verdadeira história, mas também garantir o pleno direito das pessoas conhecerem e aprenderem sobre esses locais, diz o Vermelho.
“Vim fazer essa visita aqui porque é muito importante que a sociedade brasileira saiba o que já foi o Brasil, o que é o Brasil e o que pode ser o Brasil. Nisso aqui já foi plantado café, cana de açúcar, até que a Marinha assumiu, a partir de 1971. Houve um acordo em que foi legalizado, o Quilombo, houve um Termo de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público, a Marinha e o Ministério da Igualdade Racial. Hoje vou ter conversa com eles para saber se está tudo bem, o que falta fazer e se tem mais alguma coisa para a gente fazer”, disse Lula.
Visitei o Quilombo de Marambaia, no Rio de Janeiro. Conversei com as pessoas e pude ver as ruínas de uma senzala. Não devemos esquecer o que já aconteceu no nosso país, principalmente toda exploração e sofrimento causado às pessoas negras e indígenas. É assim que poderemos… pic.twitter.com/rd52D0X633
— Lula (@LulaOficial) January 3, 2024
Ilha de Marambaia
A Ilha da Marambaia, além de ser um local de abrigo para negros traficados da África, abriga equipamentos militares desde os anos 1970, controlados pelas Forças Armadas. O presidente optou por passar o recesso de Ano Novo na base naval da ilha, conhecida por seu acesso restrito, retornando a Brasília nesta quinta-feira (4).
Em 8 de outubro de 2015, após uma década de disputa judicial com a Marinha, as famílias quilombolas receberam a titulação de uma área de 53 hectares na região, reconhecida na época pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Atualmente, a certificação de comunidades quilombolas é realizada pela Fundação Cultural Palmares. A palavra “Marambaia” é de origem tupi-guarani e significa “cerco de mar”. O local foi batizado com esse nome pelo índios, primeiros habitantes da região.