Declaração de Basem Naim, chefe das relações internacionais do grupo palestino, ocorre no momento em que Washington admite nova venda de armas a Tel Aviv.
A influência norte-americana para a incessante agressão israelense que já ceifou a vida de mais de 21 mil palestinos na Faixa de Gaza foi configurada pelo Hamas como um “patrocínio do genocídio”, de acordo com a emissora catari Al Jazeera.
“Embora os crimes estejam sendo cometidos por mãos israelenses, eles foram patrocinados e apoiados pelo governo dos Estados Unidos”, afirmou Basem Naim, chefe das relações internacionais do grupo palestino, durante um discurso televisivo realizado neste sábado (30/12).
Ainda segundo a Al Jazeera, o representante também chegou a mencionar diretamente o presidente norte-americano Joe Biden. “Nós, portanto, responsabilizamos a gestão Biden, especialmente o próprio presidente e seus secretários de Relações Exteriores e de Defesa, pelo papel direto no patrocínio e orquestração deste genocídio em curso contra o nosso povo.”
Com quase três meses desde o agravamento dos ataques comandados pelas autoridades de Tel Aviv, e também com as centenas de mortes diárias em todo o território palestino, Naim condenou as nações mundiais que fracassaram em bloquear a “guerra genocida”.
“Também responsabilizamos a comunidade internacional pelo seu fracasso em impedir este genocídio”, concluiu.
As declarações do Hamas ocorrem no momento em que o governo de Joe Biden contorna, mais uma vez, o Congresso para autorizar a venda emergencial de armas a Israel, o que incentiva a intensificar e ampliar os ataques à Faixa de Gaza.
De acordo com o Departamento de Estado, nesta sexta-feira (29/12), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, informou aos parlamentares a decisão de uma “segunda determinação de emergência” em menos de um mês, cobrindo uma venda de equipamentos por 147,5 milhões de dólares a Tel Aviv.
“Dada a urgência das necessidades defensivas de Israel, o secretário notificou o Congresso de que havia exercido sua autoridade delegada para determinar a existência de uma emergência que exigia a aprovação imediata da transferência”, comunicou o órgão, voltando a apoiar a “tese da autodefesa” israelense usada como uma carta branca para atacar o povo palestino sob a prerrogativa de que é uma medida protetiva contra a ofensiva do Hamas.
A determinação do governo norte-americano é rara, mas não inédita, uma vez que ela já foi aplicada em pelo menos por quatro gestões anteriores.
*Opera Mundi