Moraes dá 48h para Meta, dona do Facebook, entregar vídeo postado por Bolsonaro acusando TSE de fraude nas eleições

Moraes dá 48h para Meta, dona do Facebook, entregar vídeo postado por Bolsonaro acusando TSE de fraude nas eleições

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Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o prazo de 48 horas para que a Meta, controladora do Facebook, entregue um vídeo publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro depois dos atos golpistas de 8 de janeiro. Caso a decisão seja descumprida, foi imposta uma multa diária de R$ 100 mil.

A decisão tomada nesta terça-feira (5) atendeu a um pedido apresentado na segunda-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR alegou que, apesar de o ministro já ter determinado a entrega desde janeiro, e reiterado em agosto, o vídeo ainda não foi apresentado.

Em janeiro, Bolsonaro compartilhou em sua conta no Facebook um vídeo que insinuava, sem provas, que o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teriam fraudado a eleição de 2022. Por causa desse episódio, o ex-presidente foi incluído em um inquérito que investiga a incitação dos atos golpistas, segundo O Globo.

Em agosto, a Meta já havia informado ao STF que, pelo fato de Bolsonaro ter deletado o vídeo antes da decisão, não seria possível cumprir a determinação.

“O vídeo em questão foi deletado pelo próprio usuário em data anterior à ordem judicial e não está disponível nos servidores da empresa, impossibilitando o cumprimento da ordem”, afirmaram os advogados da empresa.

Além disso, a Meta informou que não foi comunicada da primeira decisão do STF sobre o caso, em janeiro, mas apenas de uma reiteração, emitida em agosto.

“Importante esclarecer, ainda, que o vídeo em questão não foi preservado porque não existia obrigação legal ou judicial nesse sentido. Explica-se: a Meta Platforms não recebeu ofício e tampouco foi intimada da referida decisão de 13 de janeiro de 2023. A empresa não tinha conhecimento do comando judicial até recentemente”, diz o documento.

Na manifestação apresentada na segunda-feira, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações do 8 de janeiro na PGR, afirmou que o vídeo é necessário para apresentar uma eventual denúncia contra Bolsonaro.

“O material requerido é fundamental para que o titular da ação penal possa ajuizar denúncia em face do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro”, afirmou Santos.

Em abril, Bolsonaro prestou depoimento no caso e afirmou que postou o vídeo sem querer, ao tentar enviá-lo para si mesmo, e que no momento estava sob efeito de morfina, por estar internado em um hospital.

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