Proposta de Milei de recuperar Malvinas para Argentina recebe negativa da Inglaterra: ‘Questão está resolvida e não vai mudar’

Proposta de Milei de recuperar Malvinas para Argentina recebe negativa da Inglaterra: ‘Questão está resolvida e não vai mudar’

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O presidente eleito da Argentina pelo partido de direita radical A Liberdade Avança, Javier Milei, defendeu durante a campanha propostas que, na política externa, incluíam a intenção de modular a relação com os principais parceiros comerciais da Argentina e retomar o controle das ilhas Falkland, conhecidas na Argentina como Malvinas.

Apesar de o eleito “anarcocapitalista” e “libertário” não ter mais tocado no tema desde sua vitória, o governo britânico já vem deixando claro que a soberania das ilhas “é uma questão resolvida”.

Na segunda-feira, o porta-voz do primeiro-ministro britânico, Risni Sunak, afirmou que seu governo felicita Milei pela vitória nas eleições argentinas, mas lembrou que “não há planos para rever” a disputa entre os países pela soberania das Ilhas Malvinas:

— Não vi os comentários mais recentes sobre isso. Acho que (Milei) levantou vários pontos diferentes sobre isso durante a campanha. Da nossa parte, é obviamente uma questão que está resolvida há algum tempo. A posição das Ilhas Malvinas está resolvida há algum tempo e não vai mudar — disse o porta-voz à imprensa britânica.

A briga pelo arquipélago de quase 4 mil habitantes próximo da costa argentina não é de agora: registradas por um britânico em 1690 e colonizadas por franceses em 1764, as ilhas já foram disputadas dez vezes. A Argentina tentou estabelecer o comando das Malvinas duas vezes e, em 1982, o conflito do país contra o Reino Unido ficou conhecido como a Guerra das Malvinas, diz O Globo

Buenos Aires chegou a ter posse do arquipélago por dois meses, mas, em julho de 1982, Londres recuperou o controle que tinha desde 1833. A Guerra das Malvinas resultou na morte de 649 militares argentinos e 255 britânicos, além de 3 civis residentes nas ilhas. Até hoje, a Argentina não digeriu a derrota para o país europeu.

Na época do conflito, Milei tinha 11 anos e lembra de assistir pela televisão ao general e presidente Leopoldo Galtieri anunciar o desembarque de tropas argentinas nas ilhas Malvinas. Durante a campanha, Milei disse ao jornal La Nación que os argentinos perderam a guerra, e a população precisa fazer “todos os esforços para recuperar as ilhas pelos canais diplomáticos”. O então candidato, no entanto, não poupou elogios à primeira-ministra britânica à frente do conflito em 1982, Margareth Tatcher, e chegou a dizer que ela era a sua “ídola”.

— Óbvio que eu vou defender as Malvinas — concluiu Milei.

O argentino flerta com a possibilidade de uma negociação que remonta ao processo de paz em curso por 16 anos antes da guerra. O tratado foi baseado na ONU e colocou em pauta temas como a autonomia para os moradores das Malvinas e a cessão por longo prazo do território para Buenos Aires. Mas, com o posicionamento de Sunak, o sucesso de Milei no tema parece improvável.

 

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