Itamaraty analisa se presidente eleito na Argentina “seguirá como candidato ou presidente”
A palavra de ordem é cautela. Após uma manifestação concisa do presidente Lula sobre a vitória do candidato de ultradireita na Argentina, Javier Milei, o governo brasileiro aguarda os primeiros sinais do futuro presidente. A principal dúvida do governo brasileiro é se, agora, Milei “seguirá como candidato ou presidente”.
Procurado pela coluna, o assessor para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, limitou-se a dizer que a “situação é complexa” e que o governo “vai ver” como lidar com a nova gestão do país vizinho, diz Bela Megale, O Globo.
Até o momento, o Itamaraty avalia que Milei deu “sinais ostensivos” de cortar relações com o Brasil, enquanto integrantes de seu governo indicaram que ele adotaria uma postura mais amena, se eleito.
Como informou a colunista Malu Gaspar, um documento interno que circula na cúpula do Itamaraty mostrou que a candidata a vice de Milei, Victoria Villarruel, e a economista Diana Mondino, deputada nacional eleita e provável chanceler, fizeram contatos reservados com a embaixada do Brasil em Buenos Aires para reafirmar “a importância central das relações com o Brasil”.
O gesto foi visto comum aceno de paz ao governo Lula. No Palácio do Planalto e no Ministério das Relações Exteriores, há a avaliação de que a personalidade de chefes de Estado como Milei, que seguem a cartilha de nomes como Donald Trump e Jair Bolsonaro, “costumam se impor”.