Diplomata afirma que governo brasileiro tenta proteger grupo de bombardeios por meio de informações da localização compartilhadas com Israel.
O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirma que os brasileiros na Faixa de Gaza “têm que ser autorizados a sair o mais rápido possível pelas partes envolvidas, para retornarem a salvo ao Brasil”.
Segundo ele, “as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança” também no sul de Gaza.
Os bombardeios são ininterruptos e faltam comida, água e medicamentos.
Brasileiros que já tiveram problemas de saúde, inclusive mentais, foram atendidos à distância, por médicos e psicólogos da Cisjordânia que foram contratados pelo escritório do país na cidade de Ramallah, diz Mônica Bergamo, Folha.
Eles fazem pão para sobreviver. A escassez de água é o que mais os aflige, segundo diplomatas.
Candeas afirma que a questão está sendo tratada no “nível político máximo” e que o presidente Lula, o chanceler Mauro Vieira e o assessor especial da Presidência Celso Amorim já falaram “com seus homólogos na região”.
Até agora, sem sucesso: a saída depende da autorização de Israel e do Egito, que administram de forma coordenada a única passagem entre Gaza e o país árabe.
Os brasileiros estão perto da fronteira, com centenas de palestinos de outras nacionalidades que ali também esperam. Mas não foram autorizados a deixar o território.
“Aguardamos, há 3 semanas, a abertura da fronteira entre Gaza e Egito para poder transportar os brasileiros que esperam nas cidades de Khan Yunis e Rafah até o Cairo, de onde tomarão o voo da FAB para o Brasil”, disse Candeas, em mensagem enviada à coluna.
A brasileira Shahed al-Banna, 18, gravou um vídeo em Rafah, perto do ponto de passagem da fronteira com o Egito. Ela diz que a situação segue muito difícil no local e que os caminhões de ajuda humanitária têm tido dificuldade para ingressar no território. “É difícil de encontrar água e gás, e a comida também está acabando no país porque a fronteira está fechada”, afirma.
Ao lado do pai, Shahed acrescenta que as noites têm sido assustadoras. “A noite foi terrível, a gente não conseguiu dormir. Todas as noites são assim terríveis. A gente não consegue ficar calmo por causa dos bombardeios”, desabafa.
A jovem também afirma que a Embaixada brasileira está ajudando o grupo com comida, água e gás.