A internacionalização de um conflito ou uma guerra, no século XXI, não depende apenas de um país tomar um lado, como fazem os Estados Unidos com Israel, em ofensiva contra a Palestina, enviando armas pesadas e ajuda diplomática. Nas redes sociais, países pelo mundo se veem envolvidos no conflito através da disputa de suas populações conectadas por narrativas e notícias falsas notadamente contra os palestinos.
Força auxiliar para qualquer ação de guerra, aniquilar a verdade dos fatos ajuda a fazer com que a opinião pública internacional aceite, por exemplo, a evacuação forçada de um povo sitiado em seu lugar de reprodução física e social por um exército invasor.
Diante deste quadro, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, tem feito apelos diários em prol de uma “grande campanha para defender a Palestina”. Em sua opinião, os palestinos são vítimas de um “genocídio midiático” promovido por uma máquina de guerra comandada pelo governo israelense.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem convivendo com a intensa pressão de grandes jornais e seus colunistas, que exigem do mandatário brasileiro um comportamento enfático, típico das redes sociais, com pronunciamentos fortes, taxando de forma homogênea os palestinos como terroristas – mesmo que Lula tenha condenado o ataque do Hamas e buscado ser um mediador pela paz na região do Oriente Médio.
Jornalistas da grande mídia corporativa chegam a reproduzir notícias falsas contra a Palestina, caso da “informação” de crianças israelenses enjauladas ou decapitadas, e sequer publicam retratações quando a falácia é comprovada.
Genocídio midiático
“Essa guerra acontece em todo o mundo por meio da propaganda. Não há equilíbrio informacional, não há equilíbrio de verdade, grandes veículos de comunicação estão promovendo linchamento midiático, um genocídio midiático, que visa permitir e legitimar que Israel esteja livre para exterminar o povo palestino, algo que vem fazendo há 76 anos”, diz Rabah.
Para ele, não só os palestinos e seus descendentes, ou os árabes e seus descendentes, “mas homens e mulheres de boa vontade, justos, peço que nos ajudem a combater a desinformação, que só tem contribuído para promover mais cadáveres e escombros”, apela.
Rabah acredita que esse tipo de tática aumenta o ódio do mundo contra os palestinos a partir de falsa assimetria entre os ataques do Hamas e a reação de Israel.
A Fepal, fundada em 1979, é a entidade que representa a diáspora palestina no Brasil, constituída por cerca de 60.000 imigrantes e refugiados e seus descendentes.
*GGN