Bombardeios de Israel atingem hospitais e escolas. Guterres se diz ‘profundamente alarmado’

Bombardeios de Israel atingem hospitais e escolas. Guterres se diz ‘profundamente alarmado’

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Secretário-geral das Nações Unidas condena o cerco “total” ao território de Gaza, após Israel bloquear a entrada de alimentos e medicamentos para os palestinos.

O Estado de Israel continua lançando bombardeios no território de Gaza e o número de vítimas palestinas já ultrapassou 700 pessoas mortas e mais de 3.000 feridos. O número de vítimas israelenses seria aproximadamente o mesmo desde sábado (7), mas Israel elegeu os cidadãos da Palestina como alvo de uma retaliação que está alarmando as Nações Unidas.

“Os bombardeios indiscriminados atingiram residências, hospitais e escolas que servem de abrigo pela UNRWA (sigla em inglês para Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo), diz a Embaixada do Estado da Palestina no Brasil em nota enviada à RBA.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, se declarou “profundamente alarmado” com os ataques a civis na Palestina. “Os civis devem ser respeitados em todos os momentos. As infraestruturas civis nunca devem ser um alvo”, disse. Ele afirmou reconhecer as legítimas necessidades de segurança de Israel, mas defendeu uma “paz negociada que responda às aspirações legítimas” dos palestinos a ter seu Estado independente.

A embaixada palestina em Brasília diz que “o povo palestino tem sofrido agressões e perseguições contínuas ao longo de 75 anos”. “Considerar que os acontecimentos começaram em 7 de outubro de 2023 é uma negação dos direitos do povo palestino e das vítimas ao longo deste ano. Isso também se alinha com a narrativa colonialista israelense.”

Guterres condena cerco a Gaza
Embora tenha classificado os ataques do Hamas no sábado como “abomináveis”, Guterres condenou o cerco “total” a Gaza, onde não entram mais alimentos ou medicamentos. Israel cortou o fornecimento de energia e água. A representação diplomática palestina no Brasil afirma que “o governo brasileiro reiterou seu compromisso com a solução de dois estados”.

Em Jacarta, na Indonésia, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, de acordo com a tradição brasileira sobre a questão palestina, voltou a defender “Israel e Palestina convivendo em paz e segurança e com fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, nas palavras do chanceler.

“Ao lamentar profundamente a perda de vidas, o Brasil condenou os ataques contra civis. Sublinhou que as partes devem se abster da violência contra civis e cumprir suas obrigações perante o direito internacional humanitário”, diz o Itamaraty em nota nesta segunda.Em represália a toda a população civil da Palestina pelo ataque do Hamas contra Israel no sábado, a Comissão Europeia informou que vai suspender a ajuda aos palestinos no valor de 691 milhões de euros (cerca de R$ 3,765 bilhões).

A embaixada palestina em Brasília frisou que lamenta a decisão da União Europeia, já que ela piora ainda mais a situação da população civil, em situação dramática devido ao bloqueio que já dura quase 20 anos.

“Projeto colonial mais antigo do mundo”
Apesar da crise, a Palestina afirma na nota esperar que Israel “se comprometa sinceramente com o cumprimento dos acordos internacionais, pondo fim a esta ocupação, o projeto colonial mais antigo ainda em existência no mundo”.

Ontem, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu, convocado pelo Brasil (que preside o órgão), para discutir o conflito. Mas o encontro terminou sem uma declaração final.

*Com RBA

 

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