A Justiça de São Paulo determinou na última terça-feira (26) a transferência de R$ 93 mil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma conta judicial. Este valor estava bloqueado desde junho em duas das contas bancárias que o ex-presidente mantém no Brasil, no Bradesco e no Banco do Brasil.
O dinheiro servirá de pagamento à ação de execução que o Estado de São Paulo, por meio de sua Fazenda Pública, move contra o ex-presidente para que seja paga uma das multas que ele recebeu por não usar máscara durante a pandemia de coronavírus, no dia 21 de agosto de 2021, no município de Itapeva, a 292 quilômetros da capital, diz o DCM.
Logo após o bloqueio dos recursos ter sido determinado pela Justiça, no dia 13 de junho deste ano, uma das advogadas de Jair Bolsonaro, Karina de Paula Kufa, interpôs uma petição para que o dinheiro fosse desbloqueado das contas de seu cliente, posto que ele estaria passando necessidades básicas em virtude da falta daquele dinheiro.
Ela afirmou que eram verbas de “natureza alimentar” para o ex-presidente, oriundas das aposentadorias que recebe do Exército e da Câmara dos Deputados, que ele necessitava para se manter vivo no dia a dia, para garantir o sustento de si mesmo e de sua família. Disse também que não tinha sobrado recurso algum em posse de Jair Bolsonaro. Quer dizer: disse que o presidente estava literalmente na penúria.
Assim, na mesma peça judicial em que pede que seja desbloqueado o dinheiro de Bolsonaro, a advogada oferece, em troca, a penhora de um imóvel de propriedade de Bolsonaro, em Brasília, com terreno de 768 m² e 111 m² de área construída.
O interesse da advogada era simplesmente penhorar este imóvel enquanto segue litigando nas ações de execução que seu cliente sofre no Estado de São Paulo pelas inúmeras vezes que Bolsonaro aglomerou pessoas em seu entorno sem qualquer proteção durante a pandemia.