Moraes prorrogou por 90 dias inquérito das milícias digitais, que inclui apuração sobre venda de presentes e fraude no cartão de vacina.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou, pela oitava vez, por mais 90 dias, o inquérito das milícias digitais, que apura a existência de um grupo organizado que dissemina ideias antidemocráticas nas redes sociais. É nesse inquérito que Moraes incluiu a investigação sobre a venda de presentes dados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo as joias sauditas, segundo o Metrópoles.
Também foi no âmbito desse inquérito que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fechou um acordo de delação premiada no início do mês.
Ainda não se sabe ao certo os termos da delação de Cid, mas ele deve falar não só da venda dos presentes, mas também sobre qualquer envolvimento de Bolsonaro em atos antidemocráticos e a respeito da fraude no cartão de vacinação. Foi no âmbito desta última apuração que Cid acabou preso, em maio, e solto só depois de confirmar a delação.
No caso das investigações sobre venda de presentes, em agosto, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o pai de Cid, general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid; o advogado de Bolsonaro Frederick Wassef; e o tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Investigadores da Polícia Federal (PF) identificaram o rosto do general no reflexo da fotografia usada para negociar, nos Estados Unidos (EUA), esculturas recebidas como presente oficial. A investigação mostrou que presentes foram levados aos Estados Unidos em dezembro do ano passado, pouco antes do fim do mandato de Bolsonaro.
Dentre as joias, estava um conjunto com duas esculturas de barco e palmeira, recebidas em novembro de 2021 na viagem de Bolsonaro ao Bahrein, e um dos conjuntos de joias da Chopard recebidos por Bolsonaro como presente oficial da Arábia Saudita, composto por caneta, anel, abotoadeira, rosário árabe e relógio.