Ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol usou, na verdade, acordo de leniência de CGU e AGU com empresas Technip e Flexibrás.
O ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol publicou nesta quinta-feira (7/9) um trecho de um acordo de leniência do governo federal como se fosse o firmado com a Odebrecht. Dallagnol usou, na verdade, um trecho do acordo assinado pelas empresas Technip Brasil e Flexibrás, em 2019, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.
“Acordo da CGU-AGU com Odebrecht teve cláusula idêntica à da Lava Jato. […] Toffoli anulará também? Mandará Polícia e AGU investigar? Ou era só pra se vingar da Lava Jato mesmo?”, escreveu o ex-procurador e ex-deputado na manhã desta quinta-feira (7/9).
A imagem compartilhada por Dallagnol é parte de um acordo de leniência firmado em 2019 entre a Controladoria-Geral da União (CGU), a Advocacia-Geral da União (AGU) e as empresas Technip Brasil e Flexibrás. As companhias foram investigadas na Lava Jato e se comprometeram a devolver R$ 819 milhões à Petrobras. O documento de 37 páginas foi assinado no governo Bolsonaro, em 25 de junho de 2019, pelo CGU Wagner Rosário e pelo AGU André Mendonça. O acordo é público e pode ser acessado neste link da CGU.
O acordo de leniência fechado entre Odebrecht, AGU e CGU, por seu turno, previa um ressarcimento de R$ 2,7 bilhões. O material tem 23 páginas e foi finalizado no governo Temer, em 9 de julho de 2018, com assinaturas do CGU Wagner Rosário e da AGU Grace Mendonça. Esse acordo também é público e está disponível neste outro link da CGU.
A decisão de Toffoli desta quarta-feira (6/9) diz respeito apenas ao acordo firmado entre a Odebrecht e o MPF e, até agora, não interfere neste acordo de leniência que Dallagnol buscou citar.