Moisés Mendes*
A Globo escondeu ontem no Jornal Nacional que Carlos Alberto Mansur, ex-secretário de Segurança do governo do Amazonas, preso por participar ou acobertar uma quadrilha que, entre tantos outros crimes, extorquia bandidos, é general do Exército.
Deu a notícia com o nome do sujeito, mostrou a cara dele no JN, mas esqueceu de dizer que ele é mais um general investigado por suspeita de envolvimento com criminosos. E que por isso já foi exonerado do cargo.
Essa mesma Globo que protege generais sob investigação publicou no mesmo dia, no jornal impresso e no site, um editorial com esse título:
“Não cabe a ninguém tentar reescrever a história do impeachment”.
E destacou logo abaixo: “Ao questionar legalidade da deposição de Dilma, PT põe em xeque suas próprias credenciais democráticas”.
A Globo, que acusa Lula de assumir posições arbitrárias, tenta impor sua versão da verdade e interditar os que discordam das suas abordagens golpistas.
No jornalismo da Globo, a única verdade que serve é a da versão das corporações de mídia, e por isso não cabe a mais ninguém tentar reescrever a história. A Globo sabe que foi golpe.
Por isso, no jornalismo da verdade absoluta da Globo, um sujeito aparece no Jornal Nacional como possível criminoso, por conviver entre eles, como líder e comandante, é detido pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro, corrupção, formação de quadrilha e extorsão, entre outros delitos graves, mas ninguém diz que ele é militar de alta patente.
No Jornal Nacional, general sob suspeita não é general. O jornalismo da Globo mostra o general Carlos Alberto Mansur como ele não é, como se fosse um cidadão qualquer, um civil metido com bandidos.
Mansur é mais um general metido em rolos pesados, como os outros que se meteram com as vacinas e as joias e tantos outros sob suspeita de terem protegido manés e terroristas acampados diante de quartéis.
A Globo serviçal está tentando reescrever, mais uma vez, a história dos generais brasileiros.
*Do blog de Moisés Mendes