O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento por mais de 10 horas na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, na segunda-feira (28).
Militares que acompanhavam as notícias sobre o depoimento esperam que Cid tenha feito um acordo de delação premiada e revelado tudo o que ocorreu no Palácio do Planalto, segundo o blog de Valdo Cruz.
Para esses militares, essa seria a única opção para começar a “cicatrizar a ferida aberta” durante o governo Bolsonaro que tanto desgastou as Forças Armadas, diz o DCM.
Segundo a cúpula do Ministério da Defesa e do Comando do Exército, as Forças Armadas “estão sangrando em praça pública” e, para que a crise criada pelo ex-presidente seja resolvida, o tenente-coronel precisar delatar os militares envolvidos em irregularidades e atos golpistas.
Um membro do Ministério da Defesa ressaltou que é necessário saber os nomes dos envolvidos para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa julgá-los de acordo com a lei.
“Com uma delação do Mauro Cid, acaba esse clima de desconfiança, fica claro quem participou, e o STF vai tomar conta desse pessoal. Aí, vamos virar a página”, disse um integrante da cúpula das Forças Armadas.
Cid, que trocou de advogado recentemente, indicou sua disposição para colaborar com a PF nas investigações. O tenente-coronel é representado pelo advogado Cezar Bittencourt.
Até agora, Cid vinha se mantendo em silêncio para não criar provas contra ele mesmo. Agora, segundo aliados de Bolsonaro, tudo indica que o tenente-coronel começou a falar.