Dia do Patriota: Escritor gaúcho critica iniciativa em Porto Alegre e ridiculariza ‘patriodiotas’

Dia do Patriota: Escritor gaúcho critica iniciativa em Porto Alegre e ridiculariza ‘patriodiotas’

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A proposta foi promulgada pela Câmara de Porto Alegre e idealizada pelo vereador Alexandre Bobadra (PL), apoiador de Bolsonaro e cassado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico.

O escritor e jornalista Eduardo Bueno, dono do canal do Instagram @buenasideias com foco em História do Brasil, criticou a iniciativa da Câmara Municipal de Porto Alegre de instituir do “Dia do Patriota” na cidade e debochou do termo: “patridiota”. A efeméride proposta por bolsonaristas é comemorada em 8 de janeiro, data dos ataques golpistas em Brasília, diz O Globo.

A proposta foi promulgada em 7 de agosto pelo presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB) e idealizada pelo vereador Alexandre Bobadra (PL), apoiador de Jair Bolsonaro e cassado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. O projeto de lei não faz qualquer menção à justificativa da data escolhida. “Patriota” é o termo pelo qual apoiadores de Bolsonaro costumam se definir.

Porto-alegrense “raiz”, Bueno chama a cidade de “vanguarda do atraso”, “carroça” e “patética, digna de concorrer com Balneário Camburiú (SC), e debocha dos políticos envolvidos na aprovação da ideia.

— Aprovaram o “Dia do Patridiota”. Todo dia 8 de janeiro, as pessoas vão se agarrar na frente de um caminhão, desfilar pela cidade e, de noite, vão na frente da Igreja das Dores chamar ETs com um celular. E depois vão invadir o Palácio Piratini e se registrar na senha do Wi-Fi para saberem quem invadiu — ridicularizou.

Bueno faz referência aos manifestantes bolsonaristas que, indignados com a derrota de Bolsonaro para Lula na eleição de 2022, passaram a protestar em rodovias e acampar na frente de quartéis-generais pelo país. Um dos manifestantes ficou conhecido por se pendurar em um caminhão em movimento e, decidido a não deixar o motorista furar o bloqueio, ser levado por quilômetros. A invasão mencionada aconteceu nas sedes dos Três Poderes, após bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército em Brasília marcharem até a Esplanada para depredar os prédios públicos.

Bobadra teve o mandato cassado, em segunda instância, por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão foi confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul em 15 de agosto, que tornou nulos os votos recebidos por ele.

Nas redes sociais, Bobadra se define como “conservador” e “cristão”. Ele costuma aderir a teses bolsonaristas para afastar o ex-presidente de assuntos negativos. Ele chama, por exemplo, a investigação da PF sobre uma suposta organização criminosa no entorno de Bolsonaro para venda ilegal de patrimônio público de “narrativa das joias”.

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