Ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Carlos Alberto Santos Cruz deu uma entrevista ao portal Uol na manhã desta segunda-feira (21) em que comenta o caso protagonizado pelo ex-presidente e seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, de desvios e revenda nos EUA de joias e objetos de luxo da União. O militar usou os princípios da hierarquia e da obediência militar para afirmar que Cid recebeu ordens diretas, diz a Forum.
“É muito difícil um subordinado tomar determinadas iniciativas sem conhecimento ou sensação de que está sendo aprovado pelo chefe. Ele não tem essa liberdade para tomar essas medidas como estamos assistindo”, afirmou Santos Cruz.
Em seguida, a análise do militar busca isentar as Forças Armadas de uma eventual participação nesse e em outros esquemas de Bolsonaro, o que colocaria possíveis condutas ilegais de Cid em sua conta pessoal. “Não tem justificativa para cumprir ordem ilegal, se o fez, é responsabilidade individual. Nunca nenhuma instituição ensinou que é para cumprir ordens ou fazer coisas ilegais”, pontuou.
Santos Cruz ainda criticou os militares que embarcaram cegamente no ideário bolsonarista, dentro do que qualificou como “efeito de fanatismo”. Apesar de ter feito parte do governo entre janeiro e junho de 2019, aparentemente aquele momento não o deixou com saudades.
“No início do governo, quando estava lá, e por isso me descompatibilizei, tinha um comportamento de seita, de gangue digital, de bandidos da internet. Tinha até um guru. Não vou falar nada porque já faleceu”, concluiu.