Prefeito de SP escala funcionários para se passar por moradores de rua e disfarçar descaso

Prefeito de SP escala funcionários para se passar por moradores de rua e disfarçar descaso

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A Prefeitura de São Paulo tem enviado servidores anônimos para avaliar os serviços destinados à população de rua. A medida ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que estados e municípios não podem retirar pertences de quem vive na rua.

Durante um encontro com prefeitos, Moraes apresentou um vídeo enviado pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, que mostrava funcionários da Prefeitura paulista retirando barracas de moradores de rua debaixo do Minhocão, no centro de São Paulo. Esse vídeo foi usado para embasar a decisão do ministro que determinou a criação de uma política nacional para pessoas sem-teto.

Para reagir com mais celeridade aos vídeos compartilhados pelo padre Lancellotti nas redes sociais, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem escalado funcionários para testar e documentar esses serviços à população de rua.

Um desses relatos foi usado para contrapor uma denúncia do religioso sobre a qualidade da comida servida em um dos abrigos. Diante da constatação do problema, a gestão do local já havia sido trocada antes da publicação vir à tona.

A secretaria de Assistência Social divulgou uma nota afirmando que criou um grupo de acompanhamento e fiscalização há cerca de três meses “para que as melhorias necessárias nos serviços de acolhimento sejam implementadas”. “Os relatórios são produzidos com o objetivo de aperfeiçoar o serviço de acolhimento na rede”, diz a pasta no comunicado.

A prefeitura informou que a decisão de Moraes “fortalece o trabalho realizado pela administração municipal”. Segundo a gestão municipal, as ações de zeladoria são informadas em site oficial diariamente.

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