Bolsonaro teve agenda secreta com Roberto Campos Neto 2h antes de Copom decidir sobre taxa de juros

Bolsonaro teve agenda secreta com Roberto Campos Neto 2h antes de Copom decidir sobre taxa de juros

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Jair Bolsonaro (PL) teve agenda secreta com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, duas horas antes de reunião de o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao BC, iniciar a reunião que elevou em um ponto a taxa básica de juros da economia (Selic), em maio de 2022. O encontro não foi citado nas agendas públicas da Presidência e do BC, mas consta como uma “agenda confidencial” do então ocupante do Planalto. Um grupo seleto de assessores do então chefe do Executivo federal é que soube da reunião, diz o 247.

De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (10) pela coluna de Guilherme Amado, o encontro aconteceu entre às 7h30 e às 8h do dia 4 de maio do ano passado, no gabinete presidencial, em Brasília (DF). A informação apareceu em um e-mail com título “Agenda Confidencial do PR: 04/5/2022”, em que anexado o documento “04_5_2022 Confidencial”. A mensagem foi enviada para o tenente-coronel Mauro César Cid, então ajudante de ordens da Presidência, às 20h56 do dia anterior ao encontro. O e-mail partiu da assessora Gianne Amorim P. Portugal, que trabalhava no gabinete adjunto de Agenda da Presidência.

A reunião do Copom iniciou menos de duas horas depois, às 9h37, segundo a ata divulgada às 19h12. Por unanimidade, o colegiado decidiu elevar a taxa Selic em um ponto percentual: de 11,75% a 12,75%. Era o maior patamar em cinco anos. Integrantes do governo Lula têm criticado a alta do juros porque o percentual 13,25% atualmente deixa o crédito mais caro, dificulta o consumo, e o crescimento da economia.

O Banco Central afirmou que “nenhum tema relativo ao Copom foi tratado durante o referido encontro”. A instituição monetária disse que o encontro não estava agenda pública de Campos Neto por cota de uma “falha operacional”.

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