A Polícia Federal investiga uma reunião do então ministro da Justiça Anderson Torres que ocorreu em 19 de outubro de 2022 para verificar se a ordem de bloquear estradas no segundo turno das eleições partiu de Jair Bolsonaro. Os agentes responsáveis pelo caso definiram o episódio como prioridade para as apurações. A informação é da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.
O objetivo de investigadores é descobrir o que aconteceu na reunião e apurar qual foi o papel do ex-presidente na coordenação e no planejamento dos bloqueios de estrada utilizados para atrapalhar a circulação dos eleitores de Lula na ocasião.
Na data, estiveram no gabinete de Torres o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; o diretor de inteligência da corporação, Luís Carlos Reischak; a diretora de inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar; e integrantes da cúpula da Polícia Federal.
Ele queria fazer com que todos os órgãos subordinados ao ministério participassem dos bloqueios. A alegação era que as operações serviriam para combater a compra de votos no segundo turno.
Investigadores possuem dados e imagens que mostram quem estava na reunião com Torres e o que foi discutido na ocasião. Marília Alencar também será ouvida na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro para prestar esclarecimentos sobre o encontro. Agentes da PF que estiveram no encontro também serão convocados.
A corporação também quer apurar a viagem do ministro da Justiça à Bahia no dia 25 de outubro, quando foi ao estado com o diretor-geral da PF, Márcio Nunes, e seu secretário-executivo, o brigadeiro Antonio Lorenzo. Na ocasião, Torres se reuniu com o superintendente local da PF, Leandro Almada, e seus dois assessores diretos para passar pessoalmente a ordem para bloqueios de estradas.