Diocese de Joinville orienta católicos a não irem a missas do padre armamentista: “Ritos ilícitos”

Diocese de Joinville orienta católicos a não irem a missas do padre armamentista: “Ritos ilícitos”

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A Diocese de Joinville (SC) divulgou uma nota oficial, nesta terça-feira (8), em que informa que o “padre” Edivaldo Ferreira dos Reis, que encampa discurso de extrema direita, se diz armamentista e que incentiva mortes, não faz parte do bispado da região e que sequer foi ordenado pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Segundo a a sede episcopal, o suposto sacerdote pertence à Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB), uma dissidência que não segue o comando da Igreja Católica Apostólica Romana.

“Esta Igreja, apesar de se autodenominar ‘católica’, não está em comunhão com o Santo Padre, Papa Francisco, e NÃO faz parte da Igreja Católica Apostólica Romana. Sendo assim, o padre Edivaldo Ferreira NÃO faz parte da Diocese de Joinville”, destaca a nota oficial do bispado.

A Diocese orienta, ainda, os fiéis católicos a não comparecerem a cerimônias conduzidas por Edivaldo Ferreira dos Reis, que segundo a entidade seriam “ilícitas” à Igreja Católica.

“É importante destacar também que todos os ritos e cerimônias religiosas realizadas por esta Igreja são ilícitos para os fiéis católicos. Assim sendo, recomenda-se vivamente aos fiéis que não frequentem os edifícios onde eles se reúnem e nem participem de qualquer celebração promovida por esses grupos. Do mesmo modo, os fiéis católicos devem se atentar às orientações pastorais que são próprias da Igreja Católica Apostólica Romana”, pontua.

Confira a íntegra da nota
“Recentemente, voltaram a circular em veículos de imprensa e redes sociais fotos e vídeos de um padre de Joinville exibindo armamentos e fazendo campanhas pelo uso de armas. Por este motivo, a Diocese de Joinville explica que o padre Edivaldo Ferreira pertence à Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB).

Esta Igreja, apesar de se autodenominar ‘católica’, não está em comunhão com o Santo Padre, Papa Francisco, e NÃO faz parte da Igreja Católica Apostólica Romana. Sendo assim, o padre Edivaldo Ferreira NÃO faz parte da Diocese de Joinville.

A diocese tem alertado para as confusões pastorais e espirituais que esse grupo possa causar em meio aos fiéis católicos. Já em 2018, (nesta nota: https://bit.ly/47qBTRS) Dom Francisco Carlos Bach, bispo da Diocese de Joinville, explicava que:

‘Pessoas de boa vontade podem ser levadas a frequentar tais templos, crendo que se trata de comunidades da Igreja Católica Apostólica Romana na Diocese de Joinville, quando na verdade não o são. Por essa razão a Diocese de Joinville tem a obrigação de explicar e alertar o Povo de Deus para evitar prováveis danos de ordem espiritual e pastoral’

É importante destacar também que todos os ritos e cerimônias religiosas realizadas por esta Igreja são ilícitos para os fiéis católicos. Assim sendo, recomenda-se vivamente aos fiéis que não frequentem os edifícios onde eles se reúnem e nem participem de qualquer celebração promovida por esses grupos. Do mesmo modo, os fiéis católicos devem se atentar às orientações pastorais que são próprias da Igreja Católica Apostólica Romana”

O padre armamentista e que incentiva matar
Coordenador regional do Pró-Armas em Joinville (SC), movimento lobista pela liberação das armas, Edivaldo Ferreira dos Reis se identifica como “padre armamentista” nas redes sociais, onde realiza a adoração de Jair Bolsonaro (PL) e seu clã, prega ódio contra Lula e, de forma inacreditável, prega o direito de matar, distorcendo preceitos do próprio cristianismo, que tem entre seus 10 mandamentos “não matarás”.

Ordenado pela Igreja Católica Brasileira (ICB) – uma dissidência que não segue o comando da Igreja Católica Apostólica Romana -, Edivaldo Ferreira incorpora todas as ideias da extrema-direita e faz das redes sociais uma espécie de altar para adoração de Bolsonaro, das armas, enquanto prega ódio contra Lula e posa praticando o chamado tiro esportivo e fazendo arminha.

Ferreira também defende o direito de matar, citando uma passagem do velho testamento – e ignorando todo o ensinamento de Jesus Cristo -, do livro do Êxodo: “Se o ladrão que for pego arrombando for ferido e morrer, quem o feriu não será cul­pado de homicídio”, diz o antigo texto bíblico.

Em meio aos ataques a Lula, o “padre armamentista” também responde de forma surreal aos seguidores inconformados: “eu pensei que fosse pecado matar”.

“Pensei que a base do cristianismo de Jesus é não revidar a violência sofrida, é oferecer a outra face”, diz um seguidor, que emenda “relativizar assassinato não é sentimento cristão”.

Em resposta, destaca nos stories, o padre diz que “Jesus era pacífico, mas jamais foi pacifista”, citando o trecho bíblico em que Jesus expulsa os vendilhões do templo. “Ao dizer que não devemos resistir ao perverso, mas dar a outra face àquele que nos golpear o rosto, Jesus não estava exigindo que ficássemos expostos a agressões criminosas ou que aceitássemos violência gratuita”, emenda o padre, fazendo a própria intervenção para defender a política da violência e das armas.

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