Intercept – “Merval Pereira segue uma longa fila de apoiadores da Lava Jato que inventam fake news caluniosas para desacreditar reportagens sérias. Afeito ao jornalismo declaratório, Merval age com a covardia para fazer acusações e insinuações que ele não pode provar. Porque são mentiras.”, declara o veículo.
Nesta quinta, o jornalista publicou um artigo em que acusava o hacker Walter Delgatti Neto de ter sido pago pelo Intercept para enviá-los os arquivos de mensagens sobre o esquema de corrupção que originou a série de reportagens do veículo, chamada Vaza Jato.
“O próprio advogado [Ariovaldo Moreira] disse que “é difícil de acreditar” que o hacker, que vivia de pequenos golpes digitais para roubar contas de banco, tenha invadido as mensagens dos procuradores de Curitiba e de Moro de graça. O site The Intercept, que originalmente publicou os diálogos, revelando contatos muitas vezes indevidos entre procuradores e juiz, diz que não pagou nada, Delgatti diz que não recebeu nada, todos fizeram uso de material ilegal por patriotismo.”, havia dito Merval Pereira em seu artigo.
Em contrapartida, o Intercept se pronunciou e desmentiu o jornalista. “QUE MERVAL PEREIRA é um garoto de recado dos articuladores da Lava Jato e dos irmãos Marinho — herdeiros da empresa que apoiou a ditadura, o impeachment da Dilma, a eleição do Bolsonaro e mais — todos já sabem. A desconexão de seu “jornalismo” com a realidade virou piada entre os jornalistas há muitos anos”, começa o texto.
Os autores indicam que Merval “desceu mais um degrau” e insinuou “sem nenhuma prova” que o veículo tenha financiado o hacker em prol do acesso aos arquivos para incluir na série Vaza Jato. Segundo eles, a Polícia Federal já confirmou que esse fato não é verdade durante a investigação.
Acusado de propagar fake news, o jornal também critica Merval por sugerir que os arquivos recebidos tenham sido editados, o que também já foi desmentido por outros jornalistas investigativos. “Este é um velho discursinho raso dos lavajatistas, desesperados para salvar os últimos vestígios da sua credibilidade”, continua o texto.
Em seguida, o Intercept declara que se “Mervais do mundo” não existissem, ou pelo menos não “inventassem mentiras mirabolantes”, o veículo também não precisaria existir . Neste trecho, o jornal faz uma lista de outros ataques já sofridos e desmentidos por especialistas.
“Afeito ao jornalismo declaratório, Merval age com a covardia excepcional para fazer acusações e insinuações que ele não pode provar. Porque são mentiras. O “jornalismo” que Merval publica no Globo e fala na Globonews jamais passaria em nossos altos critérios de checagem, pois trabalhamos com provas. Não fazemos assessoria de imprensa”, continua.
O jornal alega que as “insinuações” de Merval atingem jornalistas que trabalharam na série contra a Lava Jato, como a Folha de S. Paulo, Agência Pública, Estadão, Veja, El País, Buzzfeed News e outros. Além disso, prejudicam também toda a profissão jornalística. “Portanto, cabe aos verdadeiros jornalistas romper com o corporativismo e denunciar tais práticas danosas à profissão, tão importante para a democracia.”
Ao final, o Intercept relembra que o nome de Merval Pereira foi citado nas mensagens de Deltan Dallagnol e seus assessores, enquanto celebram que o jornalista havia publicado o “discurso oculto” do procurador como se pertencesse a ele e Deltan. “Por que será que ele sente a necessidade de levianamente colocar em dúvida a Vaza Jato apesar da montanha de provas pelo contrário?”, conclui a nota do veículo.