O Brasil tem ao menos 743 casos registrados de avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (Ovnis) entre 1952 e 2016. Os registros estão no Arquivo Nacional e incluem relatos, questionários, desenhos, áudios e fotografias das vezes em que ocorrências do gênero foram relatados ao Comando da Aeronáutica do Brasil.
No Brasil, os registros de óvnis, que voltaram ao interesse popular por conta da série de audiências do Congresso americano, remontam a 1952. O acervo do Arquivo Nacional, que pode ser visitado pelo público, inclui casos revelados posteriormente como fraudes e alguns nunca desvendados, além de outros nos quais se descobriu que os óvnis eram satélites. Conheça abaixo quatro desses casos.
O mais antigo dos registros do Arquivo Nacional aponta para o suposto avistamento de um disco voador nos céus da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Cinco fotografias do suposto objeto foram feitas por um fotógrafo da extinta revista O Cruzeiro, e as imagens foram vendidas para veículos de imprensa no Brasil e exterior, segundo O Globo.
Décadas depois, no entanto, análises técnicas atestaram que o suposto avistamento era uma fraude. As imagens, que mostravam o disco voador pairando sobre a praia da Barra da Tijuca, haviam sido obtidas por meio do recurso de dupla exposição do filme fotográfico.
Entre 1977 e 1978, uma equipe de militares da Força Aérea Brasileira, comandados pelo capitão Uyrangê Hollanda, investigou mais de cem ocorrências de avistamentos de óvnis feitas por moradores de Colares, no Pará. Os militares chegaram a fazer fotografias dos supostos Objetos Voadores Não Identificados.
Em 19 de maio de 1986, 21 Objetos Voadores Não Identificados surgiram no espaço aéreo brasileiro e foram avistados por dezenas de pessoas, de civis a militares, no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Os óvnis não só foram detectados pelos radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), como também foram perseguidos por caças.
– Pô, eu não posso estar vendo coisas (…) Ainda bem que tem uma testemunha voando aqui – diz um dos pilotos da FAB em um áudio disponível no site do Arquivo Nacional.
Ao longo de três horas de ação, 21 óvnis foram detectados, mas as aeronaves da FAB não conseguiram aproximação suficiente para identificar os objetos. Na época, o então ministro da Aeronáutica do governo José Sarney, brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, disse que o caso seria apurado. Os avistamentos, no entanto, seguem sem solução.
No final do ano passado, a movimentação pouco comum de luzes nos céus de Porto Alegre chamou a atenção da população gaúcha. No ar, pilotos de avião chegaram a relatar o avistamento desses objetos não identificados, que se acendiam e apagavam de forma não regular, à Central de Controle do Aeroporto Salgado Filho.
Por volta daquela mesma época, a Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, havia comunicado que alguns de seus satélites, que atuam em órbita baixa e atuam no fornecimento de conexão de internet, iriam passar pelos céus do Sul do Brasil. Especialistas consultados pela imprensa local gaúcha confirmaram, na época, que as luzes estranhas avistadas por pilotos e moradores da região seguiam o padrão de comportamento dos satélites de Musk.