Alan Diego dos Santos Rodrigues, bolsonarista preso e condenado por tentar explodir bomba perto do aeroporto de Brasília, afirmou que um grupo de militares extremistas da reserva mapeou informações sobre a segurança de autoridades e sobre as instalações do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional. A declaração ocorreu em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF). A informação é da Folha de S.Paulo.
O terrorista diz que o grupo de militares extremistas era chamado de “Boinas Vermelhas” ou “paraquedistas”, andava armado e cobrava por serviços. Eles teriam se oferecido para fabricar e instalar o explosivo no caminhão-tanque, em dezembro, mas Alan disse que resolveu fazer o ato por conta própria, com a ajuda de George Washington de Oliveira Sousa.
“Os membros desse grupo cobrariam por ‘serviços’ e teriam, segundo Alan Diego, realizado levantamentos relacionados à segurança de instalações e de autoridades do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, bem como de estações de energia elétrica em Brasília”, diz relatório da Polícia Civil.
“Alan Diego relatou que integrantes do grupo (denominado por ele como ‘mercenários’) queriam cobrar para fabricar e transportar a bomba no dia 24 dez 2022. Diante disso, o próprio Alan resolveu colocar o artefato explosivo em caminhão que estava estacionado nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília”, prossegue o documento.
Alan e George Washington deram voltas de carro pela capital federal e analisaram o prédio do STF para o caso de decidirem assassinar o então presidente eleito Lula ou o ministro Alexandre de Moraes.
“Questionado sobre a pretensão de George Washington em fazer treinamentos para disparo de longa distância com luneta, Alan Diego afirmou que, juntamente com George Washington, teriam dado voltas de carro por Brasília passando pelo STF para fazer reconhecimento do local para o caso de resolverem ‘chegar o sarrafo no Xandão ou no Lula’”, diz o relatório da PC-DF.
No depoimento, Alan Diego disse que os “Boinas Vermelhas” fizeram visitas a Ana Priscila Silve de Azevedo no setor hoteleiro de Brasília “com frequência” e que eles “seriam próximos” a Diego Dias Ventura. Ambos participaram do ataque terrorista de 8 de janeiro e são apontados como duas das principais lideranças do movimento golpista.
Diego foi preso pela PF nesta quinta (20), no âmbito da Operação Lesa Pátria, enquanto Ana Priscila está presa preventivamente desde janeiro.
*Por DCM