O Estado sionista de Israel promove, desde a madrugada de segunda-feira (3), um maciço ataque com cerca de dois mil soldados e bombardeio aéreo, contra o acampamento de refugiados palestinos em Jenin, na Cisjordânia. Nove pessoas foram assassinadas, 50 estão feridas, 10 em estado crítico, sendo que Israel tenta impedir a assistência médica aos feridos. Todos os mortos até momento eram jovens entre 15 e 23 anos. Lynn Hastings, coordenadora humanitária residente da ONU, protestou no Twitter: “Ataques aéreos foram usados no campo de refugiados densamente povoado. Vários mortos e muitos gravemente feridos. O acesso a todos os feridos deve ser garantido”. O exército sionista também atirou contra quatro jornalistas que foram salvos pelo Crescente Vermelho (correspondente árabe da Cruz Vermelha), segundo informações do jornal O Globo. O Globo registra ainda, tendo como fonte a al-Jazeera, a declaração de Nidal Obeidi, prefeito de Jenin, para o qual, “a situação é a de um verdadeiro massacre”. Mahmoud al-Saadi, diretor do Crescente Vermelho Palestino em Jenin, declarou ao jornal britânico The Guardian que “há bombardeios aéreos e uma invasão terrestre (…) Várias casas e locais foram bombardeados … a fumaça está subindo de todos os lugares.” A Liga Árabe qualificou a ação israelense como “crimes de guerra e violações de pactos, leis e resoluções de legitimidade internacional”. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, apelou aos “defensores da paz em todo o mundo a intervir imediatamente e parar este processo criminoso e sinistro”. As forças da resistência palestina divulgaram comunicado conjunto prometendo resistir de maneira unificada.
A resistência palestina
As lideranças dos diversos grupos da resistência palestina reuniram-se de forma emergencial nesta segunda-feira e emitiram uma resolução com 18 pontos, dos quais destacamos os seguintes: Convocar os secretários-gerais das forças palestinas para uma reunião de emergência, para discutir e acordar uma visão nacional abrangente enquanto se une as fileiras para enfrentar e responder à agressão israelense. Cessar todos os contatos com Israel. Manter as atividades dos comitês populares na defesa de cidades, vilas e acampamentos. Todos os departamentos palestinos devem desempenhar seu papel na defesa do povo palestino. À luz do descumprimento israelense dos entendimentos de Aqaba e Sharm el-Sheikh – as lideranças declaram que esses entendimentos não são mais válidos e não existem mais. Solicitar imediatamente ao Conselho de Segurança da ONU que implemente a Resolução 2334 e as resoluções pertinentes sobre proteção internacional ao povo palestino. Exigir a revogação da condição de membro de Israel nas Nações Unidas devido ao seu fracasso em implementar as Resoluções 181 e 194. Lançar um apelo imediato para que a comissão internacional de inquérito em andamento no Conselho de Direitos Humanos investigue e encaminhe suas conclusões sobre a responsabilidade da ocupação por esses massacres e atos de terrorismo ao Tribunal Penal Internacional e ao Conselho de Segurança da ONU. Limitar (Restringir) o relacionamento com a administração dos EUA. Atuar nos níveis árabe, islâmico e internacional para apoiar a postura palestina.
Reforçar a solidariedade internacional com a Palestina
A Secretária de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Ana Prestes, declarou que é preciso reforçar a solidariedade ao povo palestino e fortalecer as denúncias dos crimes contra os direitos humanos: “No campo de refugiados de Jenin vivem milhares de pessoas que já foram atingidas cruelmente pela ocupação israelense e são constantemente vítimas da violência inaudita do ocupante sionista. É preciso que a solidariedade ao povo palestino seja intensificada e se levante um grande clamor internacional para exigir justiça e defender a constituição de um Estado Palestino”, declarou a dirigente comunista. Para o presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Jamil Murad, “a atual agressão israelense contra os palestinos é um crime bárbaro. O Cebrapaz repudia a violência, que tem como objetivo simplesmente eliminar milhões de palestinos e exige que a ONU cumpra seu papel e faça valer a solução dos dois Estados para dois povos”.
* Vermelho