Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que, apesar de ter participado de uma live em que o ex-capitão realizou acusações sobre fraudes nas eleições, nunca teve acesso a qualquer informação da Polícia Federal (PF) sobre a manipulação de resultados eleitorais.
O depoimento de Torres faz menção a reunião promovida por Bolsonaro em 18 de Julho do ano passado. Na ocasião, o ex-chefe de estado brasileiro utilizou o encontro para desferir acusações, sem provas, ao sistema eleitoral brasileiro, além de ataques a ministros da Corte e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de usar a estrutura física do Palácio do Planalto, o ex-presidente também teria usado indevidamente os serviços da TV Brasil, uma emissora estatal, para transmitir o encontro.
Torres passou a maior parte do depoimento respondendo sobre sua participação na live produzida pela Presidência no Palácio da Alvorada em 2021. Na oitiva, ele respondeu que foi convidado a participar da transmissão em razão do trabalho da PF sobre as eleições. Contudo, durante todo o depoimento, negou que tivesse acesso a qualquer prova de irregularidades no sistema eleitoral.
Torres disse que apenas leu, nos minutos finais da transmissão, um relatório produzido pela PF. De acordo com o ex-ministro, o documento apenas sugeria a possibilidade de melhorias no sistema eleitoral brasileiro.
“A única coisa que eu tinha em mãos eram esses trechos desses relatórios. E tudo que foi falado foi com base nesses trechos desses relatórios. Nada além disso, não tinha outro documento, não tinha análise de nada. Eram esses relatórios públicos, que são encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral nesse chamamento público”, disse Torres.
Questionado se ele teria levado ao presidente a informação de que alguma investigação da PF teria concluído pela existência de fraude, Anderson Torres mais uma vez negou.
“A Polícia Federal nunca apresentou, pelo menos para mim, o resultado de alguma investigação que concluísse, que pudesse garantir que existia fraude na eleição”, afirmou.
*Com DCM