O capitalismo cultural, se é que podemos chamar assim esse que já foi um dos maiores ativos financeiros dos grandes bilionários, tem regras muito claras. Para ser aceito nessa raia verticalizada, era preciso passar pelo filtro dos produtores medalhonados pelo mercado.
Tratava-se de um Jogo pesado que, na maioria das vezes, para sua “estrela brilhar”, você deveria, junto, ajudar a apagar a dos outros.
Sim, esse mundo sempre foi um campo de guerra onde as batalhas eram sangrentas e não obedeciam limites éticos e nem ambições pequenas.
A lógica era, lançou um produto hoje, amanhã pela manhã já tem que fazer sucesso. Essa era a regra nº1 daquela quimera para a imensa maior parte dos artistas.
Boa ou ruim, a coisa tinha que render muita grana para os barões mundiais da indústria cultural de massa.
Também por isso, quem esperava um plano robusto para as políticas públicas de cultura, se decepcionava.
Nunca falamos abertamente sobre esse assunto, sobre um caminho novo, sobre uma outra lógica que ao menos pudesse servir de proposta para um outro olhar sobre a produção artística.
Daquele mundo milionário só restaram os vícios e cacoetes ainda mais enviesados e completamente fora da realidade atual. Por isso, é urgente que se apague tudo, inclusive as soluções propostas pelos tecnocratas que operam no setor público com os mesmos vícios neoliberais que enxergam o Estado como uma empresa, o que é trágico.