Governador de Goiás, um dos totens do reacionarismo ruralista, ouviu que ele foi líder da organização que matou Chico Mendes e que seu financiador de campanha é traficante.
Quem assistia ao vivo a intervenção da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) na CPI do MST durante o depoimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ficou perplexo com as palavras dilacerantes da parlamentar. A íntegra de sua fala, num Congresso Nacional abarrotado de extremistas ultrarreacionários, ecoou para o mundo os absurdos praticados no campo pela elite ruralista que mantém o país como uma das nações mais desiguais do planeta.
Ao inquirir Caiado, que é uma espécie de total do ruralismo brasileiro, Sâmia lembrou ao governador, que tentou ligar de qualquer forma, sem provas, o MST ao narcotráfico, que um dos seus maiores financiadores de campanha era um traficante condenado por refino de cocaína, citando inclusive a participação do “aliado” do bolsonarista numa CPI ocorrida há mais de 20 anos.
Sâmia ainda falou do passado político de Caiado, que foi líder máximo da União Democrática Ruralista (UDR), uma organização de grandes proprietários de terras e de latifundiários, de extrema direita, que esteve ligada ao famoso e repercutido mundialmente assassinato do líder sindicalista seringueiro Chico Mendes, em 1988, no Acre. A deputada ainda explanou sobre o papel do governador que é um dos homens mais fortes do grupo político que tenta impedir de todas as formas a reforma agrária no Brasil, defendendo o modelo de desigualdade e violência no campo.
Confira a íntegra da fala de Sâmia Bomfim:
Mas a Sâmia Bonfim não se cansa de triturar os golpistas do Agro?
Essa foi a vez do Caiado.
Ela dispara dizendo que quando Chico Mendes foi assassinado "A mando da UDR vocês sabem quem era o presidente da UDR nessa época? O governador que falou com a gente" pic.twitter.com/mdao2EJTJp— Sérgio A J Barretto (@SergioAJBarrett) June 1, 2023
*Com Forum