A equipe de defesa do juiz federal Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, onde são julgados os processos de primeira instância jurídica da Operação Lava Jato, decidiu encomendar um novo laudo sobre a ligação telefônica atribuída a ele pela Polícia Federal (PF), segundo Lauro Jardim, O Globo.
Comandados por Pedro Serrano, os advogados vão buscar uma análise alternativa ao parecer da corporação que indicou que a voz registrada no telefonema “se assemelha” à de Appio (num grau +3 de uma escala que vai de -4 a +4, de pouco a muito provável).
O argumento da defesa é que a perícia da PF teria falhado em outros casos e, portanto, poderia também ter identificado incorretamente a participação do juiz no caso.
Appio teria, segundo a suspeita do TRF-4 (PR, SC e RS), ligado para ameaçar o advogado João Eduardo Malucelli, filho de Marcelo Malucelli, então relator da operação na segunda instância.
Apesar da tentativa de se desvencilhar da gravação, a principal linha da defesa de Appio, que depõe hoje ao CNJ, é relativa ao mérito do caso. Embora o juiz negue ter feito a ligação, Serrano sustentará que, ainda que a tivesse feito, o cliente não teria cometido nenhuma irregularidade: defenderá o argumento que o juiz teria apenas passado um “trote”, sem prejuízos à atuação na magistratura.